30/08/2012
Subsecretaria de Inteligência diz que policiais se corrompiam em “troca de migalhas”
Depois de mais de 10 mil horas de escutas telefônicas e 40 telefones grampeados, a Subsecretaria de Inteligência do Rio conseguiu comprovar o esquema de uma quadrilha de jogo de bicho que tinha seu “quartel central” a menos de 300 m da própria Seseg (Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio).
Segundo as investigações, o grupo comandado por Evandro Machado dos Santos, conhecido como Bedeu, e seu filho Alessandro Ferreira dos Santos, tem características de máfia, pois em “troca de migalhas” corrompia policiais civis e militares para ficar “invisível ao Estado e visível à sociedade”.
No esquema de Bedeu, o valor pago aos agentes respeitava a hierarquia dos cargos ocupados nas duas corporações. Um policial da UPP do Morro da Providência recebia R$ 75 por semana e o chefe do Setor de Investigação da Delegacia da Praça da República (4ª DP) embolsava R$ 16 mil por mês. Entretanto, escutas telefônicas mostram que a propina podia ser apenas “duas caixas de guaraná”, provavelmente cerveja.
Ligação telefônica entre um homem conhecido como Maranhão, que fazia o elo para pagamento do suborno aos PMs, e Baíca, gerente do esquema na área da Central do Brasil – onde está localizado o prédio da Seseg –, indica que a liberação de “duas caixas de guaraná para agitar um futebol” deveria ser autorizada por Isaías, gerente do jogo nas proximidades da Uruguaiana, também no centro do Rio. A conversa deixa claro que a “guaraná” é para a “rapaziada” – policiais – da Central e da Uruguaiana.
A operação Catedral, deflagrada na última quarta-feira (29) pela Draco-IE (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas e Inquéritos Especiais), prendeu 18 suspeitos de envolvimento no esquema, entre eles seis policiais e um ex-policial civil. Foram apreendidos duas armas, joias, computadores e uma quantia em dinheiro ainda não contabilizada. A operação Catedral tinha o objetivo de cumprir 24 mandados de prisão e 30 de busca e apreensão. A chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, afastou, por "critério administrativo", o titular da 4ª DP, após tomar ciência do suposto suborno recebido pelo chefe de Investigação do delegacia.
Corrupção chega à UPP
A quadrilha que atuava no centro e em partes de São Cristóvão, na zona norte do Rio, tinha um dos pontos mais rentáveis no morro da Providência, na região central. Para manter o esquema, pagou propina a ao menos dois policiais ligados à UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) local, o que provocou briga entre eles.
Segundo relatório de Inteligência, um 3º sargento da PM lotado na UPP da Providência, que recebeu R$ 200 para impedir uma operação da unidade no morro, se desentendeu com um 2º sargento que ganhava R$ 1.500 e não dividia o suborno com os outros policiais. O 3º sargento passou então a receber R$ 75 por semana para não voltar mais ao bar onde o jogo do bicho era realizado.
Entre os suspeitos que permaneciam foragidos até a noite de quarta-feira, estava o 3º sargento. A assessoria do Comando da Força Pacificadora informou que não sabe dizer se mais policiais de UPPs estão sendo investigados. A secretaria afirmou que não pode responder sobre possíveis investigações.
Subsecretaria de Inteligência diz que policiais se corrompiam em “troca de migalhas”
Depois de mais de 10 mil horas de escutas telefônicas e 40 telefones grampeados, a Subsecretaria de Inteligência do Rio conseguiu comprovar o esquema de uma quadrilha de jogo de bicho que tinha seu “quartel central” a menos de 300 m da própria Seseg (Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio).
Segundo as investigações, o grupo comandado por Evandro Machado dos Santos, conhecido como Bedeu, e seu filho Alessandro Ferreira dos Santos, tem características de máfia, pois em “troca de migalhas” corrompia policiais civis e militares para ficar “invisível ao Estado e visível à sociedade”.
No esquema de Bedeu, o valor pago aos agentes respeitava a hierarquia dos cargos ocupados nas duas corporações. Um policial da UPP do Morro da Providência recebia R$ 75 por semana e o chefe do Setor de Investigação da Delegacia da Praça da República (4ª DP) embolsava R$ 16 mil por mês. Entretanto, escutas telefônicas mostram que a propina podia ser apenas “duas caixas de guaraná”, provavelmente cerveja.
Ligação telefônica entre um homem conhecido como Maranhão, que fazia o elo para pagamento do suborno aos PMs, e Baíca, gerente do esquema na área da Central do Brasil – onde está localizado o prédio da Seseg –, indica que a liberação de “duas caixas de guaraná para agitar um futebol” deveria ser autorizada por Isaías, gerente do jogo nas proximidades da Uruguaiana, também no centro do Rio. A conversa deixa claro que a “guaraná” é para a “rapaziada” – policiais – da Central e da Uruguaiana.
A operação Catedral, deflagrada na última quarta-feira (29) pela Draco-IE (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas e Inquéritos Especiais), prendeu 18 suspeitos de envolvimento no esquema, entre eles seis policiais e um ex-policial civil. Foram apreendidos duas armas, joias, computadores e uma quantia em dinheiro ainda não contabilizada. A operação Catedral tinha o objetivo de cumprir 24 mandados de prisão e 30 de busca e apreensão. A chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, afastou, por "critério administrativo", o titular da 4ª DP, após tomar ciência do suposto suborno recebido pelo chefe de Investigação do delegacia.
Corrupção chega à UPP
A quadrilha que atuava no centro e em partes de São Cristóvão, na zona norte do Rio, tinha um dos pontos mais rentáveis no morro da Providência, na região central. Para manter o esquema, pagou propina a ao menos dois policiais ligados à UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) local, o que provocou briga entre eles.
Segundo relatório de Inteligência, um 3º sargento da PM lotado na UPP da Providência, que recebeu R$ 200 para impedir uma operação da unidade no morro, se desentendeu com um 2º sargento que ganhava R$ 1.500 e não dividia o suborno com os outros policiais. O 3º sargento passou então a receber R$ 75 por semana para não voltar mais ao bar onde o jogo do bicho era realizado.
Entre os suspeitos que permaneciam foragidos até a noite de quarta-feira, estava o 3º sargento. A assessoria do Comando da Força Pacificadora informou que não sabe dizer se mais policiais de UPPs estão sendo investigados. A secretaria afirmou que não pode responder sobre possíveis investigações.
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Obrigado, Renato Freire