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Renato Freire
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domingo, 2 de setembro de 2012
sábado, 1 de setembro de 2012
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Buffet farto, orquestra afinada e pista vazia
31/08/2012
Buffet farto, orquestra afinada e pista vazia
Por Saul Leblon
Há certo gosto de decepção no ar. O conservadorismo que durante meses, anos, cultivou o julgamento do chamado mensalão como uma espécie de terceiro turno sanitário, capaz de redimir revezes acumulados desde 2002 no ambiente hostil do voto, de repente percebe-se algo solitário na festa feita para arrebanhar multidões.
Como assim se os melhores buffets da praça foram contratados; a orquestra ensaiou cinco anos a fio e o repertório foi escolhido a dedo? Por
que então a pista está vazia?
Pouca dúvida pode haver de que estamos diante de um evento de coordenação profissional.
O timming político coincide exatamente com o calendário eleitoral de 2012; a similitude e a precedência comprovadas do PSDB na mesma e disseminada prática de caixa 2 de campanha --nem por isso virtuosa--, e que ora distingue e demoniza o PT nas manchetes e sentenças, foi enterrada no silêncio obsequioso da mídia.
Celebridades togadas não sonegam seu caudaloso verbo à tarefa de singularizar o que é idêntico.Tudo caminha dentro do figurino previsto, costurado com o afinco das superproduções, o que falta então?
Apenas o essencial: a alegria do povo.
A população brasileira não tem ilusões. Ninguém enxerga querubins no ambiente nebuloso da luta política. Consciente ou intuitiva, ela sabe a seu modo que a política brasileira não é o que deveria ser: o espaço dos que não tem nenhum outro espaço na economia e na sociedade.
A distância em relação ao ambiente autofestivo da mídia condensa essa sabedoria em diferentes versões.
Privatizada pelo financiamento de campanha a cargo dos mercados, a política foi colonizada pelos mercadores. Afastada do cidadão pelo fosso cravado entre a vontade da urna e o definhamento do voto no sistema representativo, a política é encarada exatamente como ela é: um matrimônio litigioso entre a esperança e a decepção.
O PT do qual se cobra aquilo que não se pratica em muitos círculos - à direita e à esquerda - é protagonista dessa ambiguidade; personagem e cronista dos seus limites, possibilidades e distorções.
Que tenha aderido à lógica corrosiva do financiamento eleitoral vinculado ao caixa 2 das empresas e , ao mesmo tempo, protagonizado um ciclo de governo que faz do Brasil hoje o país menos desigual de sua história (de obscena injustiça social), ilustra a complexidade desse jogo pouco afeito a vereditos binários.
Essa ambiguidade não escapa ao discernimento racional ou intuitivo da sociedade.
Se por um lado semeia degenerações clientelistas e apostas recorrentes nos out-siders que se apresentam como entes 'acima dos partidos', ao mesmo tempo é uma vacina de descrença profilática em relação a encenações de retidão como a que se assiste agora.
A repulsa epidêmica dos eleitores de São Paulo a um dos patrocinadores
desse rega-bofe, do qual se imaginava o principal beneficiário, é sintomática do distanciamento que amarela o riso de vitória espetado no traje de gala dos cronistas convidados a animar o evento.
O baixo custo eleitoral do julgamento em curso no STF, contudo, não deve encorajar alívio ou indiferença na frente progressista da qual o PT é um polo central.
O julgamento do chamado 'mensalão' por certo omite o principal e demoniza o secundário. Ao omitir a dimensão sistêmica a qual o PT aderiu para chegar ao poder, sanciona o linchamento de um partido democrático, uma vez que desautoriza seu principal argumento de defesa.
A meia-verdade atribuída aos réus do PT pelos togados e promotores está entranhada na omissão grotesca da história de que se ressentem suas sentenças pretensiosamente técnicas, envelopadas em liturgia mistificadora.
A pouca ou nenhuma influência desse engenhoso ardil nas intenções de voto diz o bastante sobre o alcance da hipocrisia vendida como marco zero da moralidade pública pelos vulgarizadores midiáticos.
Não é esse porém o acerto de contas com o qual terá que enfrentar-se o PT.
Após uma década no governo federal, o partido, seus intelectuais, lideranças e aliados nos movimentos sociais tem um encontro marcado com o imperativo da renovação.
O legado inegociável das conquistas acumuladas nesses dez anos à frente do país entrou na casa dos brasileiros mais humildes, sentou-se à mesa, integrou-se à família. Ganhou aderência no imaginário social.
Não é preciso desconhecer os erros e equívocos para admitir que essa década mudou a pauta da política; alterou a face da cidadania; redefiniu as fronteiras do mercado e da produção.Deu ao Brasil uma presença mundial que nunca teve.
Com todas as limitações sabidas, criou-se uma nova referência histórica no campo popular em que antes só avultava a figura de Getúlio Vargas.
Lula personifica essa trama que a população entende, identifica e respeita.
E que o enredo do 'mensalão' gostaria de esgarçar.
Não está em jogo abdicar do divisor conquistado, mas sim estendê-lo. Avulta, porém, que o percurso já feito abriu flancos, sugou agendas, talhou cicatrizes e cravou revezes de esgotamento, dos quais o julgamento em curso no STF é um exemplo ostensivo. Todavia não o principal.
Existe uma moldura histórica mais ampla a saturar esse ciclo.
O colapso da ordem neoliberal, os riscos intrínsecos espetados na desordem financeira e ambiental em curso no planeta --suas ameaças às conquistas brasileiras-- formam um condensado de culminâncias que pede desassombro na renovação da agenda da democracia e do desenvolvimento para ser afrontado.
O caminho não será trilhado, menos ainda liderado, por forças e partidos incapazes de incluir na bússola do trajeto o ponteiro da autocrítica política e de um aggiornamento organizativo coerente com a renovação cobrada pela história.
O carro de som da direita faz barulho por onde passa nesse momento. Mas isso não muda a qualidade da mercadoria que apregoa.
O que o alarido dos decibéis busca vender, na verdade, é o velho pote de iogurte vencido e rançoso, cuja versão eleitoral em São Paulo tem 43% de rejeição popular.
A resposta da frente progressista à qual o PT se insere não pode ser a mera denúncia da propaganda enganosa.
Urge esquadrejar revezes e resoluções para renovar o próprio estoque de metas e métodos requeridos pelo passo seguinte da história.
Tribunal condena do PSDB por crime de corrupção eleitoral
Tribunal condena do PSDB por crime de corrupção eleitoral #Eleições2012
Do R7
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) condenou o atual prefeito do município de Sabino, Gilmar José Siviero (PSDB), por crime de corrupção eleitoral. Por 4 x 1 votos, a corte paulista imputou pena de 4 anos e 2 meses de reclusão para o político, em regime semiaberto, além de multa.
Juntamente com Gilmar Siviero, foi condenado Eugênio Duenhas Fernandes, também denunciado na campanha eleitoral das eleições de 2004 por oferecer benefícios em troca de votos e por corrupção de menores. À época, um dos eleitores aliciados era menor e, por ter aceitado a oferta dos candidatos e ter trabalhado para eles angariando votos, também foi condenado a prestar serviços à comunidade, sendo beneficiado pela redução de penas em virtude de delação premiada.
O Código Eleitoral prevê como corrupção eleitoral “dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita” (art. 299). A prática do crime pode levar à aplicação de pena de reclusão de até quatro anos e pagamento de multa.
Do R7
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) condenou o atual prefeito do município de Sabino, Gilmar José Siviero (PSDB), por crime de corrupção eleitoral. Por 4 x 1 votos, a corte paulista imputou pena de 4 anos e 2 meses de reclusão para o político, em regime semiaberto, além de multa.
Juntamente com Gilmar Siviero, foi condenado Eugênio Duenhas Fernandes, também denunciado na campanha eleitoral das eleições de 2004 por oferecer benefícios em troca de votos e por corrupção de menores. À época, um dos eleitores aliciados era menor e, por ter aceitado a oferta dos candidatos e ter trabalhado para eles angariando votos, também foi condenado a prestar serviços à comunidade, sendo beneficiado pela redução de penas em virtude de delação premiada.
O Código Eleitoral prevê como corrupção eleitoral “dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita” (art. 299). A prática do crime pode levar à aplicação de pena de reclusão de até quatro anos e pagamento de multa.
Candidatos a vereador abandonam o barco de José Serra
DEU NO BLOG AMIGOS DO PRESIDENTE LULA
Candidatos a vereador abandonam o barco de José Serra
Rejeição de Serra e falta de ajuda financeira dos tucanos para despesas de campanha provoca afastamento de aliados
Uma nota publicada na edição do jornal Folha de São Pualo nesta sexta feira (31), conta que os candidatos a vereador começaram a se distanciar da campanha do tucano José Serra à Prefeitura de São Paulo, principalmente na periferia da cidade.
Há candidatos que não colocam sequer o nome de Serra em seus materiais de campanha. Outros até põem, mas não trabalham pelo tucano.
Ainda segundo o jornal, o movimento teria dois fatores principais: a grande rejeição de Serra, principalmente nas camadas mais populares, e a falta de repasses financeiros por parte do comitê do tucano.
Três candidatos a vereador da coligação de Serra -dois deles concorrem à reeleição- confirmaram à Folha, sob anonimato, que já jogaram a toalha e decidiram fazer campanha sozinhos, sem "dobradinha" com o tucano.
Antônio Carlos Rodrigues (PR), um dos caciques políticos da zona sul, diz que continua na campanha e tem feito eventos para o tucano. Mas admite dificuldade para "carregar" Serra na área.
Em parte dos materiais de campanha de Rodrigues não há o nome de Serra. Em outro panfleto ele cita o tucano, mas reforça que é suplente da senadora Marta Suplicy (PT).
Serra líder em rejeição
Forte desejo por mudança faz rejeição a Serra crescer
85% querem que as ações do próximo prefeito sejam diferentes das de Kassab
Com 43% de rejeição, segundo o Datafolha, tucano é o único dos 12 candidatos de São Paulo que defende atual gestão
O Datafolha detectou uma tendência em São Paulo que ajuda a explicar as dificuldades enfrentadas pelo candidato do PSDB, José Serra. Segundo o levantamento, 85% dos eleitores preferem que as ações do próximo prefeito sejam diferentes das ações do atual, Gilberto Kassab (PSD).
Com intenções de voto em queda e rejeição em alta, Serra é o único candidato que defende a gestão Kassab. Ele tem 22% das intenções de voto (nove pontos abaixo do líder Celso Russomanno, do PRB) e 43% de rejeição.
Serra e Kassab estão unidos desde 2004, quando disputaram a prefeitura como titular e vice. Em 2006, Kassab virou prefeito após a renúncia de Serra para concorrer a governador. Em 2008, com apoio de Serra, Kassab foi reeleito. Agora, apoia a volta do tucano à prefeitura.
O anseio por mudança, sempre perto de 85%, ocorre em todas as regiões e faixas de renda, idade e escolaridade. É majoritário até entre os que aprovam Kassab (24% dos paulistanos). Nesse grupo, 59% querem ações diferentes do sucessor.
RECORDES
O crescimento mais recente da rejeição de Serra (38% para 43% em nove dias) foi puxado por eleitores da zona norte, tradicionalmente tida como conservadora. Em 20 de agosto, 32% dos eleitores dessa área não votariam em Serra de jeito nenhum. O índice subiu para 45%.
Os recordes da rejeição ao tucano estão entre eleitores de 16 a 34 anos (50%), renda de 2 e 5 salários mínimos (49%) e ensino médio (46%). Na região sul 2, subdivisão da zona sul com 21% do eleitorado da capital, atinge 48%.
São Paulo nunca elegeu um candidato com mais de 32% de rejeição. Na cúpula da campanha tucana, avalia-se que o índice de Serra é grave, mas pode ser revertido. O entendimento comum é que ele recupera sua imagem com até dez programas de TV.
Há, porém, divergências sobre o que fazer. Um grupo acha que Serra deve "partir para o olho no olho": dizer na TV, explicitamente, porque renunciou em 2006 e porque defende Kassab.
Outro grupo, este mais próximo de Serra, insiste numa abordagem mais sutil. Prefere dar ênfase às propostas para uma próxima gestão.
Ainda que não digam isso abertamente, há tucanos que atribuem o alto índice de rejeição a um cansaço do eleitorado com a imagem de Serra. Avaliam que o partido falhou ao não notar a tempo que o clima geral da eleição seria por mudança.
O Datafolha também investigou os atributos de cada candidato. Em parte por ser o mais conhecido, Serra lidera em critérios positivos e negativos. É tido como o mais inteligente e realizador, por exemplo, e também como o mais autoritário e o que mais faz promessas que não irá cumprir.
O problema é maior entre os candidatos do PR, PSD e DEM. Mas há o caso do tucano Luciano Gama, que confeccionou 200 cavaletes sem o nome do candidato de seu partido. Mesmo em seu site há uma única referência, discreta, a Serra.
Candidatos a vereador abandonam o barco de José Serra
Rejeição de Serra e falta de ajuda financeira dos tucanos para despesas de campanha provoca afastamento de aliados
Uma nota publicada na edição do jornal Folha de São Pualo nesta sexta feira (31), conta que os candidatos a vereador começaram a se distanciar da campanha do tucano José Serra à Prefeitura de São Paulo, principalmente na periferia da cidade.
Há candidatos que não colocam sequer o nome de Serra em seus materiais de campanha. Outros até põem, mas não trabalham pelo tucano.
Ainda segundo o jornal, o movimento teria dois fatores principais: a grande rejeição de Serra, principalmente nas camadas mais populares, e a falta de repasses financeiros por parte do comitê do tucano.
Três candidatos a vereador da coligação de Serra -dois deles concorrem à reeleição- confirmaram à Folha, sob anonimato, que já jogaram a toalha e decidiram fazer campanha sozinhos, sem "dobradinha" com o tucano.
Antônio Carlos Rodrigues (PR), um dos caciques políticos da zona sul, diz que continua na campanha e tem feito eventos para o tucano. Mas admite dificuldade para "carregar" Serra na área.
Em parte dos materiais de campanha de Rodrigues não há o nome de Serra. Em outro panfleto ele cita o tucano, mas reforça que é suplente da senadora Marta Suplicy (PT).
Serra líder em rejeição
Forte desejo por mudança faz rejeição a Serra crescer
85% querem que as ações do próximo prefeito sejam diferentes das de Kassab
Com 43% de rejeição, segundo o Datafolha, tucano é o único dos 12 candidatos de São Paulo que defende atual gestão
O Datafolha detectou uma tendência em São Paulo que ajuda a explicar as dificuldades enfrentadas pelo candidato do PSDB, José Serra. Segundo o levantamento, 85% dos eleitores preferem que as ações do próximo prefeito sejam diferentes das ações do atual, Gilberto Kassab (PSD).
Com intenções de voto em queda e rejeição em alta, Serra é o único candidato que defende a gestão Kassab. Ele tem 22% das intenções de voto (nove pontos abaixo do líder Celso Russomanno, do PRB) e 43% de rejeição.
Serra e Kassab estão unidos desde 2004, quando disputaram a prefeitura como titular e vice. Em 2006, Kassab virou prefeito após a renúncia de Serra para concorrer a governador. Em 2008, com apoio de Serra, Kassab foi reeleito. Agora, apoia a volta do tucano à prefeitura.
O anseio por mudança, sempre perto de 85%, ocorre em todas as regiões e faixas de renda, idade e escolaridade. É majoritário até entre os que aprovam Kassab (24% dos paulistanos). Nesse grupo, 59% querem ações diferentes do sucessor.
RECORDES
O crescimento mais recente da rejeição de Serra (38% para 43% em nove dias) foi puxado por eleitores da zona norte, tradicionalmente tida como conservadora. Em 20 de agosto, 32% dos eleitores dessa área não votariam em Serra de jeito nenhum. O índice subiu para 45%.
Os recordes da rejeição ao tucano estão entre eleitores de 16 a 34 anos (50%), renda de 2 e 5 salários mínimos (49%) e ensino médio (46%). Na região sul 2, subdivisão da zona sul com 21% do eleitorado da capital, atinge 48%.
São Paulo nunca elegeu um candidato com mais de 32% de rejeição. Na cúpula da campanha tucana, avalia-se que o índice de Serra é grave, mas pode ser revertido. O entendimento comum é que ele recupera sua imagem com até dez programas de TV.
Há, porém, divergências sobre o que fazer. Um grupo acha que Serra deve "partir para o olho no olho": dizer na TV, explicitamente, porque renunciou em 2006 e porque defende Kassab.
Outro grupo, este mais próximo de Serra, insiste numa abordagem mais sutil. Prefere dar ênfase às propostas para uma próxima gestão.
Ainda que não digam isso abertamente, há tucanos que atribuem o alto índice de rejeição a um cansaço do eleitorado com a imagem de Serra. Avaliam que o partido falhou ao não notar a tempo que o clima geral da eleição seria por mudança.
O Datafolha também investigou os atributos de cada candidato. Em parte por ser o mais conhecido, Serra lidera em critérios positivos e negativos. É tido como o mais inteligente e realizador, por exemplo, e também como o mais autoritário e o que mais faz promessas que não irá cumprir.
O problema é maior entre os candidatos do PR, PSD e DEM. Mas há o caso do tucano Luciano Gama, que confeccionou 200 cavaletes sem o nome do candidato de seu partido. Mesmo em seu site há uma única referência, discreta, a Serra.
Comissão da Verdade vai abordar no relatório tortura praticada hoje
31/08/2012
Comissão da Verdade vai abordar no relatório tortura praticada hoje
#ComissãodaVerdade
Da Folha de S.Paulo
A Comissão Nacional da Verdade deverá incluir no relatório recomendações contra a tortura praticada hoje por corporações policiais. Ontem, no Pará, membros da comissão ouviram relatos sobre torturas em um presídio do Estado e na Aeronáutica.
Eles disseram que o relatório vai se restringir ao período de 1946 a 1988, mas as recomendações incluirão fatos atuais.
“É claro que [haverá] recomendações em relação à estrutura policial do Brasil, que não pode continuar como está. Nós ratificamos a convenção da tortura, e a tortura continua sendo aplicada em todos os Estados”, disse o cientista político Paulo Sérgio Pinheiro. “A tortura ainda está institucionalizada”, disse o ex-procurador-geral Cláudio Fonteles.
A comissão anunciou que encaminharia ao cartório que registrou a morte do jornalista Vladimir Herzog, morto em 1975, pedido de alteração em sua certidão de óbito. “Queremos que seja incluída a informação ‘morto por tortura nos porões da ditadura’”, disse Fonteles. A versão da ditadura é que Herzog se suicidou.
No Rio, outra integrante da comissão, Maria Rita Khel, disse que jamais poderia ter “saudade daquele tempo em que se praticou terrorismo de Estado”. Khel disse ser difícil determinar, com apenas três meses de trabalho, que resultados a Comissão da Verdade conseguirá, mas se disse cética em relação às chances de localizar corpos de desaparecidos.
Comissão da Verdade vai abordar no relatório tortura praticada hoje
#ComissãodaVerdade
Da Folha de S.Paulo
A Comissão Nacional da Verdade deverá incluir no relatório recomendações contra a tortura praticada hoje por corporações policiais. Ontem, no Pará, membros da comissão ouviram relatos sobre torturas em um presídio do Estado e na Aeronáutica.
Eles disseram que o relatório vai se restringir ao período de 1946 a 1988, mas as recomendações incluirão fatos atuais.
“É claro que [haverá] recomendações em relação à estrutura policial do Brasil, que não pode continuar como está. Nós ratificamos a convenção da tortura, e a tortura continua sendo aplicada em todos os Estados”, disse o cientista político Paulo Sérgio Pinheiro. “A tortura ainda está institucionalizada”, disse o ex-procurador-geral Cláudio Fonteles.
A comissão anunciou que encaminharia ao cartório que registrou a morte do jornalista Vladimir Herzog, morto em 1975, pedido de alteração em sua certidão de óbito. “Queremos que seja incluída a informação ‘morto por tortura nos porões da ditadura’”, disse Fonteles. A versão da ditadura é que Herzog se suicidou.
No Rio, outra integrante da comissão, Maria Rita Khel, disse que jamais poderia ter “saudade daquele tempo em que se praticou terrorismo de Estado”. Khel disse ser difícil determinar, com apenas três meses de trabalho, que resultados a Comissão da Verdade conseguirá, mas se disse cética em relação às chances de localizar corpos de desaparecidos.
DEU NO BLOG "forarussomano.tumblr.com"
Marcelo Hailer: Posturas de Serra e Russomano
indicam que cenário obscurantista de 2010 pode se repetir
DA MARIA FRÔ
Opinião: Posturas de Serra e Russomano
indicam que cenário obscurantista de 2010 pode se repetir
Por Marcelo Hailer*, Expresso SP
24/08/2012
Setores conservadores podem trazer às eleições municipais o espectro de temas religiosos e pretensamente morais, como aconteceu há dois anos nas eleições presidenciais
Questionado pelo jornal Folha de S. Paulo a respeito de qual estratégia utilizaria para diminuir a violência na capital paulistana, Celso Russomano, candidato pelo PRB, declarou que o caminho para diminuir a violência é a “igreja”. “Quero o apoio de todas as igrejas, elas são importantes para a sociedade. As pessoas que não matam e não roubam é porque têm uma linha religiosa. A religião ajuda, vou preservar todas as igrejas e gostaria que em cada esquina tivesse uma igreja. É uma linha de conduta para a sociedade”, declarou Russomano ao jornal, provavelmente esquecendo o fato de o Brasil ser um Estado laico.
E a declaração do candidato possui mais um agravante, ao afirmar que as pessoas munidas de fé religiosa “não matam e não roubam”, logo, para o candidato, os ateus são um bando de assassinos e ladrões. Segundo agravante nesta declaração é quando Russomano afirma a igreja ser “uma linha de conduta para a sociedade”. Pasmem! Estamos a um passo de ter uma cidade teocrática, onde as práticas dos sujeitos paulistanos devem ser pautadas por religiões? E a liberdade do pensar, onde fica? Mas tal posição não surpreende, visto que Russomano, ao saber que Serra cortejava a igreja Renascer – aquele da bispa Sônia e Estevam, que foram presos com dólares não declarados dentro de uma bíblia –, foi logo “roubar” o apoio desta. Vale lembrar também que o seu partido é braço político da Universal do Reino de Deus e parte da Assembleia de Deus também está com Russomano, assim como outra parte está com Serra…
No ultimo dia 9 de agosto, o candidato do PSDB, José Serra, acompanhado do prefeito Gilberto Kassab (PSD-SP), esteve presente em um culto da Igreja Mundial, ministrado pelo pastor Valdemiro Santiago, que chegou a abençoar o candidato. E como não se bastasse, na ultima sexta (17), o candidato tucano fez duras críticas ao chamado “kit gay”, nome pejorativo dado por setores conservadores ao Escola Sem Homofobia, projeto criado pelo Ministério da Educação durante a gestão de Fernando Haddad, candidato à prefeitura paulistana pelo PT. Em entrevista à Agência Estado, Serra declarou que o “kit gay tinha aspectos ridículos e impróprios para passar às crianças”.
O candidato tucano esqueceu um único detalhe: o material pedagógico de combate à homofobia no âmbito escolar era destinado à 5ª série em diante, logo, para alunos com mais de 13 anos, não mais crianças e sim adolescentes. Mas a fala de Serra já revela que o mesmo está alinhado ao ideário reacionário no que diz respeito a se propor um material pedagógico progressista com vistas a combater o bullying homofóbico que tem vitimado alunos tanto em São Paulo como no resto do Brasil. Mas o tucano não parou por aí, ao declarar que não pretende abordar a questão do combate à homofobia em sua campanha, disse que Haddad ainda deve “explicações” a respeito do material. Explicação a quem, cara pálida? Aos setores obscurantistas que fizeram campanha nacional contra o material e alegaram que o então ministro da Educação iria “induzir as crianças ao homossexualismo”?
“A cidade de São Paulo não vai aceitar o ódio”
Na ultima quarta-feira (15) o pastor Silas Malafaia, opositor declarado aos direitos civis LGBT, declarou que a “comunidade evangélica, os líderes não vão dar refresco para Haddad, vamos cair em cima dele”, isso por conta do material do Escola Sem Homofobia. Vale lembrar que em 2010 Malafaia apoiou José Serra e, em 2006, liderou um movimento nacional contra o PLC 122/2006, projeto que visa criminalizar a homofobia em todo o Brasil. Na ocasião, Malafaia declarou que a homossexualidade “é a porta de entrada para a pedofilia”.
Portanto, temos aqui o campo político e ideológico da eleição paulistana definido: em torno de Celso Russomano e José Serra ronda o espectro dos setores fundamentalistas que elegeram a candidatura de Haddad como inimiga. E qual tem sido a postura de Fernando Haddad frente a estes ataques que enterram o Estado Laico e pouco se importam com o status de violência que tem sido a vida de muitos jovens homossexuais?
O primeiro passo dado pelo candidato se deu em maio, quando participou de um evento organizado pelo Diretório Municipal do PT sob a temática de políticas públicas para LGBT e defendeu a liberdade das sexualidades, o combate à homofobia e reafirmou que tal perseguição ao tema da diversidade faz parte da agenda de um pequeno grupo obscurantista. Na semana passada, Fernando Haddad lançou o seu programa de governo e dentro é possível ler um capítulo inteiro voltado para a questão da diversidade sexual, que foi dividido em nove tópicos. No ato do lançamento, o candidato defendeu o direito ao afeto nos espaços públicos aos homoafetivos.
E nesta semana Haddad falou sobre a separação entre Estado e crença religiosa, conceito mais conhecido como Estado Laico, quando declarou à imprensa que não iria pedir votos em cultos religiosos, pois, na visão do candidato, tal atitude “não é compatível” com a postura de um político candidato. Posteriormente, o candidato petista foi interpelado se daria explicações sobre os rumos do Escola Sem Homofobia e de como lidaria com esta questão na campanha, e respondeu que “a cidade de São Paulo não vai aceitar de jeito nenhum que o ódio seja fomentado na nossa cidade, seja contra o que for, contra o negro, a mulher, a comunidade LGBT. A cidade não aceita violência. Aquele que quiser promover a violência e a divisão da sociedade vai se arrepender. A sociedade, em 2010, já recusou esse tipo de abordagem. Fará de novo em 2012″, disse Haddad.
Espanta notar que as duas declarações do candidato petista foram comemoradas e classificadas como “modernas”, quando na verdade tal postura deveria fazer parte do cotidiano dos políticos e candidatos, seja a cargos legislativos ou majoritários. O eleitor paulistano deveria é se espantar e se chocar quando dois candidatos vão ao ataque contra um projeto que visa diminuir a discriminação que alunos LGBT sofrem cotidianamente. O eleitor também deveria se espantar, pois, que as criticas feitas ao material Escola Sem Homofobia não pressupõe uma outra política para combater o ódio ao diferente dentro da sala de aula e na cidade como um todo, o que se tenta é desqualificar um candidato por defender a diversidade cultural e sexual da cidade de São Paulo. Haddad apontou para um Estado Laico, em tempos onde parlamentares usam da bíblia e da “fé” para atacar setores “minoritários” da sociedade, isso não é pouca coisa.
Hanna Arendt acreditava que a educação era o ponto de salvação das crianças e também o ponto de renovação da sociedade, portanto, encerremos com as palavras de filósofa: “A educação é o ponto em que decidimos se amamos o nosso mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele e, com tal gesto, salvá-lo da ruína que seria inevitável não fosse a renovação e vinda dos novos e dos jovens. A educação é, também, onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo e abandoná-las a seus próprios recursos, e tampouco arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender alguma coisa nova e imprevista para nós”.
*Jornalista e mestrando em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP
Marcelo Hailer: Posturas de Serra e Russomano
indicam que cenário obscurantista de 2010 pode se repetir
DA MARIA FRÔ
Opinião: Posturas de Serra e Russomano
indicam que cenário obscurantista de 2010 pode se repetir
Por Marcelo Hailer*, Expresso SP
24/08/2012
Setores conservadores podem trazer às eleições municipais o espectro de temas religiosos e pretensamente morais, como aconteceu há dois anos nas eleições presidenciais
Questionado pelo jornal Folha de S. Paulo a respeito de qual estratégia utilizaria para diminuir a violência na capital paulistana, Celso Russomano, candidato pelo PRB, declarou que o caminho para diminuir a violência é a “igreja”. “Quero o apoio de todas as igrejas, elas são importantes para a sociedade. As pessoas que não matam e não roubam é porque têm uma linha religiosa. A religião ajuda, vou preservar todas as igrejas e gostaria que em cada esquina tivesse uma igreja. É uma linha de conduta para a sociedade”, declarou Russomano ao jornal, provavelmente esquecendo o fato de o Brasil ser um Estado laico.
E a declaração do candidato possui mais um agravante, ao afirmar que as pessoas munidas de fé religiosa “não matam e não roubam”, logo, para o candidato, os ateus são um bando de assassinos e ladrões. Segundo agravante nesta declaração é quando Russomano afirma a igreja ser “uma linha de conduta para a sociedade”. Pasmem! Estamos a um passo de ter uma cidade teocrática, onde as práticas dos sujeitos paulistanos devem ser pautadas por religiões? E a liberdade do pensar, onde fica? Mas tal posição não surpreende, visto que Russomano, ao saber que Serra cortejava a igreja Renascer – aquele da bispa Sônia e Estevam, que foram presos com dólares não declarados dentro de uma bíblia –, foi logo “roubar” o apoio desta. Vale lembrar também que o seu partido é braço político da Universal do Reino de Deus e parte da Assembleia de Deus também está com Russomano, assim como outra parte está com Serra…
No ultimo dia 9 de agosto, o candidato do PSDB, José Serra, acompanhado do prefeito Gilberto Kassab (PSD-SP), esteve presente em um culto da Igreja Mundial, ministrado pelo pastor Valdemiro Santiago, que chegou a abençoar o candidato. E como não se bastasse, na ultima sexta (17), o candidato tucano fez duras críticas ao chamado “kit gay”, nome pejorativo dado por setores conservadores ao Escola Sem Homofobia, projeto criado pelo Ministério da Educação durante a gestão de Fernando Haddad, candidato à prefeitura paulistana pelo PT. Em entrevista à Agência Estado, Serra declarou que o “kit gay tinha aspectos ridículos e impróprios para passar às crianças”.
O candidato tucano esqueceu um único detalhe: o material pedagógico de combate à homofobia no âmbito escolar era destinado à 5ª série em diante, logo, para alunos com mais de 13 anos, não mais crianças e sim adolescentes. Mas a fala de Serra já revela que o mesmo está alinhado ao ideário reacionário no que diz respeito a se propor um material pedagógico progressista com vistas a combater o bullying homofóbico que tem vitimado alunos tanto em São Paulo como no resto do Brasil. Mas o tucano não parou por aí, ao declarar que não pretende abordar a questão do combate à homofobia em sua campanha, disse que Haddad ainda deve “explicações” a respeito do material. Explicação a quem, cara pálida? Aos setores obscurantistas que fizeram campanha nacional contra o material e alegaram que o então ministro da Educação iria “induzir as crianças ao homossexualismo”?
“A cidade de São Paulo não vai aceitar o ódio”
Na ultima quarta-feira (15) o pastor Silas Malafaia, opositor declarado aos direitos civis LGBT, declarou que a “comunidade evangélica, os líderes não vão dar refresco para Haddad, vamos cair em cima dele”, isso por conta do material do Escola Sem Homofobia. Vale lembrar que em 2010 Malafaia apoiou José Serra e, em 2006, liderou um movimento nacional contra o PLC 122/2006, projeto que visa criminalizar a homofobia em todo o Brasil. Na ocasião, Malafaia declarou que a homossexualidade “é a porta de entrada para a pedofilia”.
Portanto, temos aqui o campo político e ideológico da eleição paulistana definido: em torno de Celso Russomano e José Serra ronda o espectro dos setores fundamentalistas que elegeram a candidatura de Haddad como inimiga. E qual tem sido a postura de Fernando Haddad frente a estes ataques que enterram o Estado Laico e pouco se importam com o status de violência que tem sido a vida de muitos jovens homossexuais?
O primeiro passo dado pelo candidato se deu em maio, quando participou de um evento organizado pelo Diretório Municipal do PT sob a temática de políticas públicas para LGBT e defendeu a liberdade das sexualidades, o combate à homofobia e reafirmou que tal perseguição ao tema da diversidade faz parte da agenda de um pequeno grupo obscurantista. Na semana passada, Fernando Haddad lançou o seu programa de governo e dentro é possível ler um capítulo inteiro voltado para a questão da diversidade sexual, que foi dividido em nove tópicos. No ato do lançamento, o candidato defendeu o direito ao afeto nos espaços públicos aos homoafetivos.
E nesta semana Haddad falou sobre a separação entre Estado e crença religiosa, conceito mais conhecido como Estado Laico, quando declarou à imprensa que não iria pedir votos em cultos religiosos, pois, na visão do candidato, tal atitude “não é compatível” com a postura de um político candidato. Posteriormente, o candidato petista foi interpelado se daria explicações sobre os rumos do Escola Sem Homofobia e de como lidaria com esta questão na campanha, e respondeu que “a cidade de São Paulo não vai aceitar de jeito nenhum que o ódio seja fomentado na nossa cidade, seja contra o que for, contra o negro, a mulher, a comunidade LGBT. A cidade não aceita violência. Aquele que quiser promover a violência e a divisão da sociedade vai se arrepender. A sociedade, em 2010, já recusou esse tipo de abordagem. Fará de novo em 2012″, disse Haddad.
Espanta notar que as duas declarações do candidato petista foram comemoradas e classificadas como “modernas”, quando na verdade tal postura deveria fazer parte do cotidiano dos políticos e candidatos, seja a cargos legislativos ou majoritários. O eleitor paulistano deveria é se espantar e se chocar quando dois candidatos vão ao ataque contra um projeto que visa diminuir a discriminação que alunos LGBT sofrem cotidianamente. O eleitor também deveria se espantar, pois, que as criticas feitas ao material Escola Sem Homofobia não pressupõe uma outra política para combater o ódio ao diferente dentro da sala de aula e na cidade como um todo, o que se tenta é desqualificar um candidato por defender a diversidade cultural e sexual da cidade de São Paulo. Haddad apontou para um Estado Laico, em tempos onde parlamentares usam da bíblia e da “fé” para atacar setores “minoritários” da sociedade, isso não é pouca coisa.
Hanna Arendt acreditava que a educação era o ponto de salvação das crianças e também o ponto de renovação da sociedade, portanto, encerremos com as palavras de filósofa: “A educação é o ponto em que decidimos se amamos o nosso mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele e, com tal gesto, salvá-lo da ruína que seria inevitável não fosse a renovação e vinda dos novos e dos jovens. A educação é, também, onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo e abandoná-las a seus próprios recursos, e tampouco arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender alguma coisa nova e imprevista para nós”.
*Jornalista e mestrando em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP
Memória do paulistano afunda Serra
Deu no blog do Kotscho
Memória do paulistano afunda Serra
Dizem que brasileiro não tem memória, mas não parece ser esse o caso dos eleitores paulistanos. É justamente por não ter esquecido a falta de palavra de José Serra, ao abandonar o cargo de prefeito para o qual foi eleito em 2004, apenas 15 meses depois da posse, deixando Gilberto Kassab em seu lugar, que a cada pesquisa o candidato tucano mais se afunda nas pesquisas e vê subir os seus índices de rejeição.
Sempre sonhando com postos mais altos, Serra achou muito pouco ser prefeito de São Paulo e agora colhe os resultados do seu desprezo pela cidade. Só isso pode explicar os números da pesquisa Datafolha divulgada na noite desta quarta-feira, que foi arrasadora para o eterno candidato do PSDB e da mídia grande.
Na primeira semana de programas eleitorais na televisão, Serra caiu mais 5 pontos, batendo em 22%, agora 9 pontos atrás do líder Celso Russomanno, do PRB, que manteve os mesmos 31% da pesquisa anterior.
Pior do que isso, o tucano viu subir mais 5 pontos o índice de eleitores que não votariam nele de jeito nenhum, chegando a 43% de rejeição, um recorde que só Paulo Maluf superou até hoje.
O que fazer agora? "O crescimento da rejeição do eleitorado a José Serra levou aliados do tucano a cobrarem uma mudança na propaganda e a abordagem direta, no horário eleitoral, do abandono do cargo de prefeito em 2006", informa Daniela Lima, na Folha.
Como o comandante do Titanic, porém, o alto-comando da campanha de Serra não pensa em mudar a rota. O marqueteiro Luiz Gonzalez limitou-se a pedir calma aos passageiros da nau tucana em direção ao iceberg de 7 de outubro.
Indiferente aos números da pesquisa, o coordenador-geral da campanha, Edson Aparecido, foi na mesma linha: "Essa não é uma disputa de 100 metros, é uma maratona. Vamos manter nossa estratégia, mostrar o Serra e o que ele propõe para a cidade".
Os adversários devem estar achando ótima a estratégia dos tucanos. Ao mesmo tempo em que Serra se afundava, Celso Russomanno, sem sair da sua confortável posição, viu o tucano se distanciar ainda mais e Fernando Haddad, do PT, finalmente conseguiu sair da barreira de um dígito, subindo seis pontos (de 8 para 14%).
Como já era esperado, o competente programa do marqueteiro João Santana e o onipresente apoio de Lula fizeram Haddad entrar na luta por uma vaga no segundo turno, que Serra agora corre o risco de perder.
Um segundo turno entre o petista e o candidato do PRB, deixando Serra de fora, era impensável no início da campanha. Basta lembrar que na última eleição presidencial o tucano teve 40% dos votos no primeiro turno em São Paulo.
Quer dizer, como já escrevi aqui outras vezes, Serra está perdendo votos para ele mesmo. Os marqueteiros da equipe de Gonzalez podem bolar as mais mirabolantes promessas e os mais duros ataques aos adversários, mas nada funciona, porque as pessoas simplesmente não acreditam mais no que o candidato fala.
O primeiro Datafolha pós-TV também derruba a previsão da maioria dos analistas de que o líder Celso Russomanno começaria a cair por ter menos tempo no horário eleitoral e pequena estrutura partidária. Ao contrário do que se anunciava, Fernando Haddad avançou sobre o eleitorado de Serra e não tirou votos de Russomanno.
Outra lembrança dos paulistanos que pode explicar a derrocada de Serra, o maior fenômeno eleitoral negativo desta campanha, é a das baixarias do tucano na reta final da campanha presidencial de 2010, batendo em Dilma e Lula, justamente os dois políticos mais bem avaliados pela população.
Para completar, Serra ainda teima em se apresentar ao lado do seu parceiro Gilberto Kassab, aprovado por apenas 24% da população paulistana e último colocado no ranking dos prefeitos, ao lado de João da Costa, do PT do Recife (ver nota abaixo).
A reviravolta em Recife
De todas as pesquisas divulgadas ontem pelo Datafolha, fora de São Paulo, a que mais surpreendeu e chamou a atenção dos analistas foi a de Recife.
O estreante Geraldo Júlio, do PSB, candidato do governador Eduardo Campos, que saiu praticamente do zero dois meses atrás, disparou para 29%, agora empatado com Humberto Costa, do PT, candidato de Lula, que tinha 35% no levantamento anterior e caiu seis pontos.
Eduardo e Lula, velhos aliados que romperam na formação da chapa da Frente Popular do Recife, cada um lançando seu candidato, são as grandes estrelas dos programas de TV.
Pode ter sido uma grande surpresa para todo mundo, menos para mim e o fotógrafo Hélio Campos Mello, que passamos três dias em Recife semana passada fazendo uma reportagem para a revista Brasileiros.
Dava para notar nas ruas, nos táxis, nos botecos, nas conversas com as pessoas e no ânimo dos candidatos e das militâncias que a cidade estava prestes a registrar uma reviravolta nas pesquisas, como acabou acontecendo (ver post publicado no sábado com o título "Aqui no Recife a campanha pegou no breu").
Como explicar esta guinada? Basta pegar dois números: o governador Eduardo Campos tem 90% de aprovação em Recife e o atual prefeito, João da Costa, do PT, apenas 24%, empatado com Gilberto Kassab como pior prefeito no ranking do Datafolha.
Memória do paulistano afunda Serra
Dizem que brasileiro não tem memória, mas não parece ser esse o caso dos eleitores paulistanos. É justamente por não ter esquecido a falta de palavra de José Serra, ao abandonar o cargo de prefeito para o qual foi eleito em 2004, apenas 15 meses depois da posse, deixando Gilberto Kassab em seu lugar, que a cada pesquisa o candidato tucano mais se afunda nas pesquisas e vê subir os seus índices de rejeição.
Sempre sonhando com postos mais altos, Serra achou muito pouco ser prefeito de São Paulo e agora colhe os resultados do seu desprezo pela cidade. Só isso pode explicar os números da pesquisa Datafolha divulgada na noite desta quarta-feira, que foi arrasadora para o eterno candidato do PSDB e da mídia grande.
Na primeira semana de programas eleitorais na televisão, Serra caiu mais 5 pontos, batendo em 22%, agora 9 pontos atrás do líder Celso Russomanno, do PRB, que manteve os mesmos 31% da pesquisa anterior.
Pior do que isso, o tucano viu subir mais 5 pontos o índice de eleitores que não votariam nele de jeito nenhum, chegando a 43% de rejeição, um recorde que só Paulo Maluf superou até hoje.
O que fazer agora? "O crescimento da rejeição do eleitorado a José Serra levou aliados do tucano a cobrarem uma mudança na propaganda e a abordagem direta, no horário eleitoral, do abandono do cargo de prefeito em 2006", informa Daniela Lima, na Folha.
Como o comandante do Titanic, porém, o alto-comando da campanha de Serra não pensa em mudar a rota. O marqueteiro Luiz Gonzalez limitou-se a pedir calma aos passageiros da nau tucana em direção ao iceberg de 7 de outubro.
Indiferente aos números da pesquisa, o coordenador-geral da campanha, Edson Aparecido, foi na mesma linha: "Essa não é uma disputa de 100 metros, é uma maratona. Vamos manter nossa estratégia, mostrar o Serra e o que ele propõe para a cidade".
Os adversários devem estar achando ótima a estratégia dos tucanos. Ao mesmo tempo em que Serra se afundava, Celso Russomanno, sem sair da sua confortável posição, viu o tucano se distanciar ainda mais e Fernando Haddad, do PT, finalmente conseguiu sair da barreira de um dígito, subindo seis pontos (de 8 para 14%).
Como já era esperado, o competente programa do marqueteiro João Santana e o onipresente apoio de Lula fizeram Haddad entrar na luta por uma vaga no segundo turno, que Serra agora corre o risco de perder.
Um segundo turno entre o petista e o candidato do PRB, deixando Serra de fora, era impensável no início da campanha. Basta lembrar que na última eleição presidencial o tucano teve 40% dos votos no primeiro turno em São Paulo.
Quer dizer, como já escrevi aqui outras vezes, Serra está perdendo votos para ele mesmo. Os marqueteiros da equipe de Gonzalez podem bolar as mais mirabolantes promessas e os mais duros ataques aos adversários, mas nada funciona, porque as pessoas simplesmente não acreditam mais no que o candidato fala.
O primeiro Datafolha pós-TV também derruba a previsão da maioria dos analistas de que o líder Celso Russomanno começaria a cair por ter menos tempo no horário eleitoral e pequena estrutura partidária. Ao contrário do que se anunciava, Fernando Haddad avançou sobre o eleitorado de Serra e não tirou votos de Russomanno.
Outra lembrança dos paulistanos que pode explicar a derrocada de Serra, o maior fenômeno eleitoral negativo desta campanha, é a das baixarias do tucano na reta final da campanha presidencial de 2010, batendo em Dilma e Lula, justamente os dois políticos mais bem avaliados pela população.
Para completar, Serra ainda teima em se apresentar ao lado do seu parceiro Gilberto Kassab, aprovado por apenas 24% da população paulistana e último colocado no ranking dos prefeitos, ao lado de João da Costa, do PT do Recife (ver nota abaixo).
A reviravolta em Recife
De todas as pesquisas divulgadas ontem pelo Datafolha, fora de São Paulo, a que mais surpreendeu e chamou a atenção dos analistas foi a de Recife.
O estreante Geraldo Júlio, do PSB, candidato do governador Eduardo Campos, que saiu praticamente do zero dois meses atrás, disparou para 29%, agora empatado com Humberto Costa, do PT, candidato de Lula, que tinha 35% no levantamento anterior e caiu seis pontos.
Eduardo e Lula, velhos aliados que romperam na formação da chapa da Frente Popular do Recife, cada um lançando seu candidato, são as grandes estrelas dos programas de TV.
Pode ter sido uma grande surpresa para todo mundo, menos para mim e o fotógrafo Hélio Campos Mello, que passamos três dias em Recife semana passada fazendo uma reportagem para a revista Brasileiros.
Dava para notar nas ruas, nos táxis, nos botecos, nas conversas com as pessoas e no ânimo dos candidatos e das militâncias que a cidade estava prestes a registrar uma reviravolta nas pesquisas, como acabou acontecendo (ver post publicado no sábado com o título "Aqui no Recife a campanha pegou no breu").
Como explicar esta guinada? Basta pegar dois números: o governador Eduardo Campos tem 90% de aprovação em Recife e o atual prefeito, João da Costa, do PT, apenas 24%, empatado com Gilberto Kassab como pior prefeito no ranking do Datafolha.
Mulher de Cachoeira diz que Policarpo é empregado do marido
Mulher de Cachoeira diz que Policarpo
é empregado do marido
Enviado por luisnassif, sex, 31/08/2012 - 00:05
Do Brasil 247
Andressa: Policarpo é "empregado" de Cachoeira
AFIRMAÇÃO FOI FEITA PELA MULHER DO CONTRAVENTOR CARLINHOS CACHOEIRA AO JUIZ FEDERAL ALDERICO ROCHA SANTOS; SE DEU DURANTE TENTATIVA DE CHANTAGEM SOBRE ELE, PARA QUE TIRASSE O MARIDO DA PENITENCIÁRIA DA PAPUDA; SANTOS REGISTROU AMEAÇA À JUSTIÇA FEDERAL, EM JULHO, COMO MOSTRA DOCUMENTO OBTIDO COM EXCLUSIVIDADE POR 247
30 de Agosto de 2012 às 19:38
247 – É muito mais surpreendente, perigosa e antiética a relação que une o contraventor Carlinhos Cachoeira e o jornalista Policarpo Júnior, editor-chefe e diretor da sucursal de Brasília da revista Veja, a julgar pela ameaça feita pela mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, ao juiz federal Alderico Rocha Santos.
Documento obtido com exclusividade por 247 contém o ofício à Justiça Federal de Goiás, datado de 26 de julho, assinado pelo juiz Rocha Santos, no qual ele relata como foi e quais foram os termos da ameaça recebida de Andressa. A iniciativa é tratada como "tentativa de intimidação". Ele lembrou, oficialmente, que só recebeu Andressa em seu gabinete, na 5ª Vara Federal, em Goiânia, após muita insitência da parte dela.
Com receio do que poderia ser a conversa, Rocha Santos pediu a presença, durante a audiência, da funcionária Kleine. "Após meia hora em que a referida senhora inistia para que este juiz revogasse a prisão preventiva do seu marido Carlos Augusto de Almeida Ramos, a mesma começou a fazer gestos para que fosse retirada do recindo da referida servidora".
Em sua narrativa à Justiça, Rocha Santos afirma que perguntou a Andressa porque ela queria ficar a sós com ele, obtendo como resposta, após nova insistência, que teria assuntos íntimos a relatar, concernentes às visitas feitas a Cachoeira, por ela, na penitenciária da Papuda. Neste momento, o juiz aceitou pedir a Kleine para sair.
"Ato incontinenti à saída da servidora, a sra. Andressa falou que seu marido Carlos Augusto tem como empregado o jornalista Policarpo Jr., vinculado à revista Veja, e que este teria montado um dossiê contra a minha pessoa".
A importância do depoimento oficial obtido com exclusividade por 247 é fácil de perceber. Nunca antes alguém tão próximo a Cachoeira, como é o caso de sua mulher Andressa, havia usado a expressão "empregado" para definir o padrão de relação entre eles. Após essa definição, Andressa disse que Policarpo tinha pronto um dossiê capaz de, no mínimo, constranger o juiz Rocha Santos, a partir de denúncias contra amigos dele. O magistrado respondeu que nada temia, e não iria conceder, em razão da pressão, a liberdade solicitada a Cachoeira. O caso rendeu a prisão de Andressa, que precisou pagar R$ 100 mil de fiança para não enfrentar a cadeia por longo tempo. A fiança foi paga em dinheiro. O juiz, ao denunciar a "tentativa de constrangimento", fez a sua parte. Cachoeira continua atrás das grades, na Papuda. Policarpo Jr. permanece com a sua reputação em jogo. Um dos grampos da Polícia Federal revelou que ele pediu a Cachoeira para realizar um grampo ilegal sobre o deputado federal Jovair Arantes – e conseguiu o que queria.
Confira documento na íntegra
DOC - 1
DOC - 2
é empregado do marido
Enviado por luisnassif, sex, 31/08/2012 - 00:05
Do Brasil 247
Andressa: Policarpo é "empregado" de Cachoeira
AFIRMAÇÃO FOI FEITA PELA MULHER DO CONTRAVENTOR CARLINHOS CACHOEIRA AO JUIZ FEDERAL ALDERICO ROCHA SANTOS; SE DEU DURANTE TENTATIVA DE CHANTAGEM SOBRE ELE, PARA QUE TIRASSE O MARIDO DA PENITENCIÁRIA DA PAPUDA; SANTOS REGISTROU AMEAÇA À JUSTIÇA FEDERAL, EM JULHO, COMO MOSTRA DOCUMENTO OBTIDO COM EXCLUSIVIDADE POR 247
30 de Agosto de 2012 às 19:38
247 – É muito mais surpreendente, perigosa e antiética a relação que une o contraventor Carlinhos Cachoeira e o jornalista Policarpo Júnior, editor-chefe e diretor da sucursal de Brasília da revista Veja, a julgar pela ameaça feita pela mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, ao juiz federal Alderico Rocha Santos.
Documento obtido com exclusividade por 247 contém o ofício à Justiça Federal de Goiás, datado de 26 de julho, assinado pelo juiz Rocha Santos, no qual ele relata como foi e quais foram os termos da ameaça recebida de Andressa. A iniciativa é tratada como "tentativa de intimidação". Ele lembrou, oficialmente, que só recebeu Andressa em seu gabinete, na 5ª Vara Federal, em Goiânia, após muita insitência da parte dela.
Com receio do que poderia ser a conversa, Rocha Santos pediu a presença, durante a audiência, da funcionária Kleine. "Após meia hora em que a referida senhora inistia para que este juiz revogasse a prisão preventiva do seu marido Carlos Augusto de Almeida Ramos, a mesma começou a fazer gestos para que fosse retirada do recindo da referida servidora".
Em sua narrativa à Justiça, Rocha Santos afirma que perguntou a Andressa porque ela queria ficar a sós com ele, obtendo como resposta, após nova insistência, que teria assuntos íntimos a relatar, concernentes às visitas feitas a Cachoeira, por ela, na penitenciária da Papuda. Neste momento, o juiz aceitou pedir a Kleine para sair.
"Ato incontinenti à saída da servidora, a sra. Andressa falou que seu marido Carlos Augusto tem como empregado o jornalista Policarpo Jr., vinculado à revista Veja, e que este teria montado um dossiê contra a minha pessoa".
A importância do depoimento oficial obtido com exclusividade por 247 é fácil de perceber. Nunca antes alguém tão próximo a Cachoeira, como é o caso de sua mulher Andressa, havia usado a expressão "empregado" para definir o padrão de relação entre eles. Após essa definição, Andressa disse que Policarpo tinha pronto um dossiê capaz de, no mínimo, constranger o juiz Rocha Santos, a partir de denúncias contra amigos dele. O magistrado respondeu que nada temia, e não iria conceder, em razão da pressão, a liberdade solicitada a Cachoeira. O caso rendeu a prisão de Andressa, que precisou pagar R$ 100 mil de fiança para não enfrentar a cadeia por longo tempo. A fiança foi paga em dinheiro. O juiz, ao denunciar a "tentativa de constrangimento", fez a sua parte. Cachoeira continua atrás das grades, na Papuda. Policarpo Jr. permanece com a sua reputação em jogo. Um dos grampos da Polícia Federal revelou que ele pediu a Cachoeira para realizar um grampo ilegal sobre o deputado federal Jovair Arantes – e conseguiu o que queria.
Confira documento na íntegra
DOC - 1
DOC - 2
Haddad e Serra tecnicamente empatados, segundo o IBOPE
Haddad e Serra tecnicamente empatados,
segundo o IBOPE
Enviado por luisnassif, sex, 31/08/2012 - 07:28
Do G1
Russomanno tem 31%, Serra, 20%, e Haddad, 16%, diz Ibope
Pesquisa apontou candidato do PRB isolado na liderança em SP. Instituto ouviu 1.001 pessoas; margem de erro é de 3 pontos.
O Ibope divulgou, nesta sexta-feira (31), a terceira pesquisa de intenção de voto sobre a disputa pela Prefeitura de São Paulo após a definição dos candidatos.
A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal "O Estado de S.Paulo".
Em relação à pesquisa anterior, Russomanno passou de 26% para 31% e se isolou na liderança, Serra foi de 26% para 20%, e Haddad, de 9% para 16%; tucano e petista estão em empate técnico.
Veja os números do Ibope para a pesquisa estimulada:
Celso Russomanno (PRB) – 31% das intenções de voto
José Serra (PSDB) – 20%
Fernando Haddad (PT) – 16%
Gabriel Chalita (PMDB) – 5%
Soninha (PPS) – 4%
Paulinho da Força (PDT) – 1%
Ana Luiza (PSTU) – não pontuou
Carlos Giannazi (PSOL) – não pontuou
Eymael (PSDC) – não pontuou
Miguel (PPL) – não pontuou
Anaí Caproni (PCO) – não pontuou
Levy Fidelix (PRTB) – não foi citado
Em branco ou nulo – 12%
Não sabe – 9%
A pesquisa foi realizada entre os dias 28 e 30 de agosto. Foram entrevistadas 1.001 pessoas na cidade de São Paulo. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.
A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP), sob o número SP-00605/ 2012.
Pesquisas anteriores
A primeira pesquisa do Ibope foi divulgada em 3 de agosto e registrou os seguintes resultados: José Serra (26%); Celso Russomanno (25%); Soninha (7%); Fernando Haddad (6%); Gabriel Chalita (5%); Paulinho da Força (5%); Ana Luiza (1%); Carlos Giannazi (1%); Eymael (1%); Levy Fidelix, Miguel e Anaí Caproni não pontuaram.
A segunda pesquisa foi divulgada em 16 de agosto e registrou os seguintes resultados: Celso Russomanno e José Serra (26% cada um); Fernando Haddad (9%), Gabriel Chalita, Paulinho da Força e Soninha (5% cada um), Ana Luiza e Carlos Giannazi (1% cada um), Eymael e Levy Fidelix não pontuaram, Miguel e Anaí Caproni não foram citados.
Segundo turno
O Ibope simulou um possível cenário para o segundo turno em São Paulo. No caso de uma disputa entre Celso Russomanno e José Serra, o candidato do PRB teria 51% dos votos e Serra ficaria com 27%. Os votos brancos e nulos somam 14%, enquanto 7% dos entrevistados afirmaram não saber.
Rejeição
O Ibope também perguntou em qual candidato os entrevistados não votariam de jeito nenhum. José Serra tem o maior índice de rejeição, com 34%. Fernando Haddad e Soninha aparecem na sequência com 13% cada um, seguidos por Levy Fidelix (12%), Paulinho da Força (12%), Eymael (11%), Celso Russomanno (8%), Gabriel Chalita (8%), Ana Luiza (7%), Miguel (7%), Carlos Giannazi (5%). Entre os entrevistados, 8% disseram que poderiam votar em todos e 22% não souberam responder.
Espontânea
O Ibope também apontou quais as preferências do eleitor na pesquisa espontânea, quando não são apresentados os nomes dos candidatos. O candidato Russomanno foi citado por 24%, seguido por José Serra, com 16% e Fernando Haddad, com 12%. Na sequência aparecem Gabriel Chalita (4%), Soninha (2%) e Paulinho da Força (1%). Entre os entrevistados, 14% disseram que votariam em branco e 26% afirmaram que não sabem.
segundo o IBOPE
Enviado por luisnassif, sex, 31/08/2012 - 07:28
Do G1
Russomanno tem 31%, Serra, 20%, e Haddad, 16%, diz Ibope
Pesquisa apontou candidato do PRB isolado na liderança em SP. Instituto ouviu 1.001 pessoas; margem de erro é de 3 pontos.
O Ibope divulgou, nesta sexta-feira (31), a terceira pesquisa de intenção de voto sobre a disputa pela Prefeitura de São Paulo após a definição dos candidatos.
A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal "O Estado de S.Paulo".
Em relação à pesquisa anterior, Russomanno passou de 26% para 31% e se isolou na liderança, Serra foi de 26% para 20%, e Haddad, de 9% para 16%; tucano e petista estão em empate técnico.
Veja os números do Ibope para a pesquisa estimulada:
Celso Russomanno (PRB) – 31% das intenções de voto
José Serra (PSDB) – 20%
Fernando Haddad (PT) – 16%
Gabriel Chalita (PMDB) – 5%
Soninha (PPS) – 4%
Paulinho da Força (PDT) – 1%
Ana Luiza (PSTU) – não pontuou
Carlos Giannazi (PSOL) – não pontuou
Eymael (PSDC) – não pontuou
Miguel (PPL) – não pontuou
Anaí Caproni (PCO) – não pontuou
Levy Fidelix (PRTB) – não foi citado
Em branco ou nulo – 12%
Não sabe – 9%
A pesquisa foi realizada entre os dias 28 e 30 de agosto. Foram entrevistadas 1.001 pessoas na cidade de São Paulo. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.
A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP), sob o número SP-00605/ 2012.
Pesquisas anteriores
A primeira pesquisa do Ibope foi divulgada em 3 de agosto e registrou os seguintes resultados: José Serra (26%); Celso Russomanno (25%); Soninha (7%); Fernando Haddad (6%); Gabriel Chalita (5%); Paulinho da Força (5%); Ana Luiza (1%); Carlos Giannazi (1%); Eymael (1%); Levy Fidelix, Miguel e Anaí Caproni não pontuaram.
A segunda pesquisa foi divulgada em 16 de agosto e registrou os seguintes resultados: Celso Russomanno e José Serra (26% cada um); Fernando Haddad (9%), Gabriel Chalita, Paulinho da Força e Soninha (5% cada um), Ana Luiza e Carlos Giannazi (1% cada um), Eymael e Levy Fidelix não pontuaram, Miguel e Anaí Caproni não foram citados.
Segundo turno
O Ibope simulou um possível cenário para o segundo turno em São Paulo. No caso de uma disputa entre Celso Russomanno e José Serra, o candidato do PRB teria 51% dos votos e Serra ficaria com 27%. Os votos brancos e nulos somam 14%, enquanto 7% dos entrevistados afirmaram não saber.
Rejeição
O Ibope também perguntou em qual candidato os entrevistados não votariam de jeito nenhum. José Serra tem o maior índice de rejeição, com 34%. Fernando Haddad e Soninha aparecem na sequência com 13% cada um, seguidos por Levy Fidelix (12%), Paulinho da Força (12%), Eymael (11%), Celso Russomanno (8%), Gabriel Chalita (8%), Ana Luiza (7%), Miguel (7%), Carlos Giannazi (5%). Entre os entrevistados, 8% disseram que poderiam votar em todos e 22% não souberam responder.
Espontânea
O Ibope também apontou quais as preferências do eleitor na pesquisa espontânea, quando não são apresentados os nomes dos candidatos. O candidato Russomanno foi citado por 24%, seguido por José Serra, com 16% e Fernando Haddad, com 12%. Na sequência aparecem Gabriel Chalita (4%), Soninha (2%) e Paulinho da Força (1%). Entre os entrevistados, 14% disseram que votariam em branco e 26% afirmaram que não sabem.
Sobre as provas contra João Paulo Cunha
Sobre as provas contra João Paulo Cunha
Enviado por luisnassif, sex, 31/08/2012 - 08:13
Por mclane
Comentário ao post "Dos argumentos que abrem precedentes perigosos."
Para mim, estão criando, mais uma vez, tempestade em copo d'água.
Os fatos são esses: JPC sacou indiretamente 50k reais não declarados em seu IR nem pelo partido da conta de uma agência de publicidade antes desta vencer uma licitação sob sua gestão na Câmara.
Tem prova de que Marcos Valério se reuniu um dia antes do saque? Sim. Aqui já se tem desvio de conduta, não punível.
Tem prova do saque? Sim. Opa, corrupção passiva (dinheiro não declarado), de acordo com a interpretação - válida, diga-se de passagem - para o recebimendo de vantagem indevida.
Tem prova da data de encontro prévio à licitação? Sim (só reforça o fato anterior).
Tem prova de que a SMP&B venceu a licitação? Sim. (análise do primeiro peculato, pelo qual foi condenado).
Tem prova de que o serviço não foi prestado? Para alguns ministros, sobre a totalidade do contrato, para os mais exigentes, apenas sobre os 11% que não foram terceirizados e gastos em despesas de engenharia e outras, estranhas ao edital de contratação, porcentagem que Toffoli e Peluzo consideraram 'razoável e insignificante'. Quando na réplica, o Min. Barbosa alegou isso, Toffoli se perdeu na argumentação e caiu em contradição. Prova do peculato, pelo qual foi condenado.
E para não dizerem 'olha a maldade desse comentário' eu discordo da condenação de lavagem de dinheiro (Peluzo, o criticado neste texto, também), nem por isso critico o ministro que assim entendeu.
No argumento simplista (nem por isso passível de tamanhas críticas) de Peluzo, um fato necessariamente desencadeia outro, como se vê na corrente argumentativa acima. Ele não fala em provas, pois está analisando-as no momento do voto, (provas e fatos são diferentes, como se percebe). Chamar isso de 'precedente perigoso', um 'absurdo inconstitucional', um 'exemplo de visão civilista no processo penal' e assim por diante, para mim, entra na série 'vamos aumentar e distorcer as críticas pra ver se colam'.
Enviado por luisnassif, sex, 31/08/2012 - 08:13
Por mclane
Comentário ao post "Dos argumentos que abrem precedentes perigosos."
Para mim, estão criando, mais uma vez, tempestade em copo d'água.
Os fatos são esses: JPC sacou indiretamente 50k reais não declarados em seu IR nem pelo partido da conta de uma agência de publicidade antes desta vencer uma licitação sob sua gestão na Câmara.
Tem prova de que Marcos Valério se reuniu um dia antes do saque? Sim. Aqui já se tem desvio de conduta, não punível.
Tem prova do saque? Sim. Opa, corrupção passiva (dinheiro não declarado), de acordo com a interpretação - válida, diga-se de passagem - para o recebimendo de vantagem indevida.
Tem prova da data de encontro prévio à licitação? Sim (só reforça o fato anterior).
Tem prova de que a SMP&B venceu a licitação? Sim. (análise do primeiro peculato, pelo qual foi condenado).
Tem prova de que o serviço não foi prestado? Para alguns ministros, sobre a totalidade do contrato, para os mais exigentes, apenas sobre os 11% que não foram terceirizados e gastos em despesas de engenharia e outras, estranhas ao edital de contratação, porcentagem que Toffoli e Peluzo consideraram 'razoável e insignificante'. Quando na réplica, o Min. Barbosa alegou isso, Toffoli se perdeu na argumentação e caiu em contradição. Prova do peculato, pelo qual foi condenado.
E para não dizerem 'olha a maldade desse comentário' eu discordo da condenação de lavagem de dinheiro (Peluzo, o criticado neste texto, também), nem por isso critico o ministro que assim entendeu.
No argumento simplista (nem por isso passível de tamanhas críticas) de Peluzo, um fato necessariamente desencadeia outro, como se vê na corrente argumentativa acima. Ele não fala em provas, pois está analisando-as no momento do voto, (provas e fatos são diferentes, como se percebe). Chamar isso de 'precedente perigoso', um 'absurdo inconstitucional', um 'exemplo de visão civilista no processo penal' e assim por diante, para mim, entra na série 'vamos aumentar e distorcer as críticas pra ver se colam'.
As discussões sobre o bilhete único mensal
As discussões sobre o bilhete único mensal
Enviado por luisnassif, sex, 31/08/2012 - 08:26
Por Marco Antonio L.
Da Rede Brasil Atual
Bilhete Único Mensal vira 'personagem' da semana na disputa eleitoral
Por: Eduardo Maretti
São Paulo – No último dia 24, o candidato tucano à prefeitura paulistana, José Serra, comentou a proposta do candidato petista, Fernando Haddad, de criar o Bilhete Único Mensal, com uma analogia: "Tem um candidato prometendo um bilhete de transporte mensal, o bilhete mensaleiro. Mas assim fica mais caro e não vale nem para o trem nem para o metrô".
A fala de Serra e seus desdobramentos se transformaram num dos principais, senão o principal, tema da disputa eleitoral esta semana. A campanha de Haddad propõe que o Bilhete Único Mensal “conviva” com o que vigora atualmente, válido por três horas. Os usuários que optarem pelo cartão de prazo mais longo desembolsariam cerca de R$ 140 por mês e estima-se que o município precisaria investir R$ 400 milhões anualmente.
Além de fazer a associação com o “mensalão”, a campanha de José Serra disse que a proposta petista era uma espécie de "taxa do ônibus", tentando angariar dividendos eleitorais sobre o principal motivo de descontentamento deixado pela gestão de Marta Suplicy.
Esta semana, o líder das pesquisas, Celso Russomanno (PRB), encampou a ideia de Haddad e propôs a criação de um bilhete válido por 24 horas.
O candidato do PT comentou os dois posicionamentos. Em coletiva concedida na tarde de ontem (29), na qual falou de vários assuntos, respondeu ao ataque de Serra contra sua proposta. Ele ironizou dizendo achar estranho que o tucano combata uma proposta que vigora em várias cidades importantes do mundo, como Madri. “Se eles estão falando isso, não posso considerar que é por ignorância, porque eles vivem se regozijando de conhecer as cidades do mundo, e em qualquer lugar do mundo o bilhete de três horas convive com o bilhete semanal e o mensal”, afirmou Haddad. O candidato disse também considerar o desdém serrista pelo bilhete mensal como “uma forma de subestimar a capacidade do eleitor compreender”.
Haddad disse ainda que o Bilhete Único mensal vai ser benéfico particularmente às mulheres, já que, segundo ele, como elas têm duas ou três jornadas por dia (“a jornada de trabalho, a de casa e às vezes do estudo”), com o cartão mensal elas vão poder se deslocar quantas vezes precisarem “sem custos adicionais”.
Na semana passada, Haddad havia comentado a proposta de Russomanno de criar um cartão válido por 24 horas, também com uma dose de ironia, e aproveitando para capitalizar alguns dividendos político-eleitorais. “Quando um adversário que não tem propostas de governo incorpora as de outra candidatura, é bom para a cidade. Quer dizer que ela vai evoluir”, disse.
Enviado por luisnassif, sex, 31/08/2012 - 08:26
Por Marco Antonio L.
Da Rede Brasil Atual
Bilhete Único Mensal vira 'personagem' da semana na disputa eleitoral
Por: Eduardo Maretti
São Paulo – No último dia 24, o candidato tucano à prefeitura paulistana, José Serra, comentou a proposta do candidato petista, Fernando Haddad, de criar o Bilhete Único Mensal, com uma analogia: "Tem um candidato prometendo um bilhete de transporte mensal, o bilhete mensaleiro. Mas assim fica mais caro e não vale nem para o trem nem para o metrô".
A fala de Serra e seus desdobramentos se transformaram num dos principais, senão o principal, tema da disputa eleitoral esta semana. A campanha de Haddad propõe que o Bilhete Único Mensal “conviva” com o que vigora atualmente, válido por três horas. Os usuários que optarem pelo cartão de prazo mais longo desembolsariam cerca de R$ 140 por mês e estima-se que o município precisaria investir R$ 400 milhões anualmente.
Além de fazer a associação com o “mensalão”, a campanha de José Serra disse que a proposta petista era uma espécie de "taxa do ônibus", tentando angariar dividendos eleitorais sobre o principal motivo de descontentamento deixado pela gestão de Marta Suplicy.
Esta semana, o líder das pesquisas, Celso Russomanno (PRB), encampou a ideia de Haddad e propôs a criação de um bilhete válido por 24 horas.
O candidato do PT comentou os dois posicionamentos. Em coletiva concedida na tarde de ontem (29), na qual falou de vários assuntos, respondeu ao ataque de Serra contra sua proposta. Ele ironizou dizendo achar estranho que o tucano combata uma proposta que vigora em várias cidades importantes do mundo, como Madri. “Se eles estão falando isso, não posso considerar que é por ignorância, porque eles vivem se regozijando de conhecer as cidades do mundo, e em qualquer lugar do mundo o bilhete de três horas convive com o bilhete semanal e o mensal”, afirmou Haddad. O candidato disse também considerar o desdém serrista pelo bilhete mensal como “uma forma de subestimar a capacidade do eleitor compreender”.
Haddad disse ainda que o Bilhete Único mensal vai ser benéfico particularmente às mulheres, já que, segundo ele, como elas têm duas ou três jornadas por dia (“a jornada de trabalho, a de casa e às vezes do estudo”), com o cartão mensal elas vão poder se deslocar quantas vezes precisarem “sem custos adicionais”.
Na semana passada, Haddad havia comentado a proposta de Russomanno de criar um cartão válido por 24 horas, também com uma dose de ironia, e aproveitando para capitalizar alguns dividendos político-eleitorais. “Quando um adversário que não tem propostas de governo incorpora as de outra candidatura, é bom para a cidade. Quer dizer que ela vai evoluir”, disse.
Meneghel: a estratégia para libertar um assassino
Meneghel: a estratégia para libertar um assassino
Enviado por luisnassif, qui, 30/08/2012 - 21:44
Autor: Luis Nassif
O calvário do professor Geraldo Barbosa começou no dia 14 de abril passado, quando seu filho, Alexandre Drumond Barbosa, delegado da Polícia Federal, foi barbaramente executado pelo ruralista Alessandro Meneghel por motivo vil.
Desentenderam-se por causa de uma moça, em um bar de Cascavel.
Meneghel entrou em sua caminhonete, voltou com uma espingarda calibre 12 e fuzilou o jovem Alexandre Drummond Barbosa. O policial caiu no chão, sacou seu revólver para tentar se defender. Meneghel continua atirando, agora com uma pistola calibre 12. O policial rola no chão, na tentativa de escapar dos tiros. Em vão. É alvejado com 40 tiros por um assassino frio. Meneghel dá a ré no veículo, passa por uma rua paralela e, depois, pela cena do crime, para se certificar se o policial estava morto.
Como Meneghel é influente na região, para evitar que houvesse manipulação no inquérito da Polícia Civil, a PF localizou um vídeo da cena de assassinato e disponibiliza na Internet.
Logo depois, veio a informação de que a família do assassino contratou o perito Ricardo Molina, o polêmico Molina que foi contratado pela Globo para provar que José Serra tinha sido atingido por um objeto de alta periculosidade, o Molina do caso PC Farias e tantos outros episódios nebulosos.
Aí o velho professor Geraldo Barbosa, aposentado do Departamento de Física da Universidade Federal de Minas Gerais, especialista em ótica, iniciou seu penoso trabalho. Baixou o vídeo da Internet e começou a reconstituição, tentando melhorar a imagem. Assistiu centenas de vezes o filho sendo assassinado, cada detalhe, a agonia de tentar fugir dos tiros de um assassino covarde e cruel. Centenas de vezes chorou até não ter mais lágrimas para chorar. Pediu ajuda dos seus antigos orientados do Departamento. Com o único poder de que dispõem - o conhecimento técnico - efetuaram cálculos matemáticos para mostrar a exata posição do veículo, os ângulos do disparo.
Agora, o assassino está prestes a fazer valer sua influência de ruralista rico, político temido, cabo eleitoral cobiçado.
Primeiro, conseguiu sua transferência de uma prisão mais dura (PEC) para outra quase aberta (PIC). A transferência foi solicitada pelo Direto da PEC, Gilberto Pedro Rossin, em carta ao diretor da PIC, André Luiz Romera.
Este se diz "favorável ao presente pedido, desde que, o referido preso, apresentando problemas de comportamento na PIC seja de imedia (?) recambiado à PEC". Depois, envia uma carta ao juiz Paulo Damas (Juiz de Direito da Vara de Execuções Penais) solicitando a transferência e declarando a concordância dos dois diretores.
No mesmo documento entre os dois diretores, o Juiz Paulo Damas, em 23 de julho de 2012, acrescenta sua autorização numa única palavra: AUTORIZO. Nenhuma explicação acompanha sua autorização.
Rumores da cidade dão conta que a ida da PEC para PIC teria sido autorizada devido ao fato do assassino já ter sido conenado em outro processo a 5 anos e 19 dias em regime semi-aberto.
Depois disso, o assassino conseguiu ser transferido para uma clínica privada por 30 dias, para avaliação de saúde, apesar dos exames na prisão não indicarem qualquer necessidade. A transferência foi autorizada pelo mesmo juiz Paulo Damas.
Há rumores de que estaria sendo combinado com um médico uma "operação de coluna" que proporcionaria ao réu as condições legais para ficar em casa por um longo período de tempo. Ou para fugir.
Impotente, o professor Geraldo acompanha, lance por lance, a saga do coronelato no país.
Que a morte brutal de seu filho não tenha sido em vão.
Enviado por luisnassif, qui, 30/08/2012 - 21:44
Autor: Luis Nassif
O calvário do professor Geraldo Barbosa começou no dia 14 de abril passado, quando seu filho, Alexandre Drumond Barbosa, delegado da Polícia Federal, foi barbaramente executado pelo ruralista Alessandro Meneghel por motivo vil.
Desentenderam-se por causa de uma moça, em um bar de Cascavel.
Meneghel entrou em sua caminhonete, voltou com uma espingarda calibre 12 e fuzilou o jovem Alexandre Drummond Barbosa. O policial caiu no chão, sacou seu revólver para tentar se defender. Meneghel continua atirando, agora com uma pistola calibre 12. O policial rola no chão, na tentativa de escapar dos tiros. Em vão. É alvejado com 40 tiros por um assassino frio. Meneghel dá a ré no veículo, passa por uma rua paralela e, depois, pela cena do crime, para se certificar se o policial estava morto.
Como Meneghel é influente na região, para evitar que houvesse manipulação no inquérito da Polícia Civil, a PF localizou um vídeo da cena de assassinato e disponibiliza na Internet.
Logo depois, veio a informação de que a família do assassino contratou o perito Ricardo Molina, o polêmico Molina que foi contratado pela Globo para provar que José Serra tinha sido atingido por um objeto de alta periculosidade, o Molina do caso PC Farias e tantos outros episódios nebulosos.
Aí o velho professor Geraldo Barbosa, aposentado do Departamento de Física da Universidade Federal de Minas Gerais, especialista em ótica, iniciou seu penoso trabalho. Baixou o vídeo da Internet e começou a reconstituição, tentando melhorar a imagem. Assistiu centenas de vezes o filho sendo assassinado, cada detalhe, a agonia de tentar fugir dos tiros de um assassino covarde e cruel. Centenas de vezes chorou até não ter mais lágrimas para chorar. Pediu ajuda dos seus antigos orientados do Departamento. Com o único poder de que dispõem - o conhecimento técnico - efetuaram cálculos matemáticos para mostrar a exata posição do veículo, os ângulos do disparo.
Agora, o assassino está prestes a fazer valer sua influência de ruralista rico, político temido, cabo eleitoral cobiçado.
Primeiro, conseguiu sua transferência de uma prisão mais dura (PEC) para outra quase aberta (PIC). A transferência foi solicitada pelo Direto da PEC, Gilberto Pedro Rossin, em carta ao diretor da PIC, André Luiz Romera.
Este se diz "favorável ao presente pedido, desde que, o referido preso, apresentando problemas de comportamento na PIC seja de imedia (?) recambiado à PEC". Depois, envia uma carta ao juiz Paulo Damas (Juiz de Direito da Vara de Execuções Penais) solicitando a transferência e declarando a concordância dos dois diretores.
No mesmo documento entre os dois diretores, o Juiz Paulo Damas, em 23 de julho de 2012, acrescenta sua autorização numa única palavra: AUTORIZO. Nenhuma explicação acompanha sua autorização.
Rumores da cidade dão conta que a ida da PEC para PIC teria sido autorizada devido ao fato do assassino já ter sido conenado em outro processo a 5 anos e 19 dias em regime semi-aberto.
Depois disso, o assassino conseguiu ser transferido para uma clínica privada por 30 dias, para avaliação de saúde, apesar dos exames na prisão não indicarem qualquer necessidade. A transferência foi autorizada pelo mesmo juiz Paulo Damas.
Há rumores de que estaria sendo combinado com um médico uma "operação de coluna" que proporcionaria ao réu as condições legais para ficar em casa por um longo período de tempo. Ou para fugir.
Impotente, o professor Geraldo acompanha, lance por lance, a saga do coronelato no país.
Que a morte brutal de seu filho não tenha sido em vão.
Justiça aceita denúncia contra Curió
Justiça aceita
denúncia contra Curió
A Lei da Anistia está por um fio.
Saiu no Estadão:
Em decisão inédita, juíza federal aceita denúncia contra militares que atuaram na Guerrilha do Araguaia
A juíza federal Nair Cristina Corado Pimenta de Castro, do Tribunal Regional da 1.ª Região, Subseção de Marabá, aceitou ontem a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o major da reserva Lício Augusto Maciel, acusado de sequestro de militante político durante o período do regime militar. A juíza também acatou ação contra o coronel da reserva Sebastião Rodrigues de Moura, mais conhecido como Major Curió, pelo mesmo tipo de crime. Os dois serão processados de acordo com o artigo 148 do Código Penal.
Trata-se de uma decisão inédita na Justiça do Brasil. Até agora haviam sido rechaçadas todas as tentativas de responsabilização penal de agentes de Estado acusados de violações de direitos humanos. Os juízes sempre alegaram, ao recusar as denúncias, que crimes estão prescritos ou foram abrangidos pela Lei da Anistia de 1979.
O major Lício e o coronel Moura participaram das atividades de combate à Guerrilha do Araguaia, no início dos anos 70. No caso do Major Curió, a juíza reformou uma decisão anterior, de um juiz substituto, que havia negado o pedido de ação penal do MPF.
Acompanhe o blog pelo Twitter – @Roarruda
denúncia contra Curió
A Lei da Anistia está por um fio.
Saiu no Estadão:
Em decisão inédita, juíza federal aceita denúncia contra militares que atuaram na Guerrilha do Araguaia
A juíza federal Nair Cristina Corado Pimenta de Castro, do Tribunal Regional da 1.ª Região, Subseção de Marabá, aceitou ontem a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o major da reserva Lício Augusto Maciel, acusado de sequestro de militante político durante o período do regime militar. A juíza também acatou ação contra o coronel da reserva Sebastião Rodrigues de Moura, mais conhecido como Major Curió, pelo mesmo tipo de crime. Os dois serão processados de acordo com o artigo 148 do Código Penal.
Trata-se de uma decisão inédita na Justiça do Brasil. Até agora haviam sido rechaçadas todas as tentativas de responsabilização penal de agentes de Estado acusados de violações de direitos humanos. Os juízes sempre alegaram, ao recusar as denúncias, que crimes estão prescritos ou foram abrangidos pela Lei da Anistia de 1979.
O major Lício e o coronel Moura participaram das atividades de combate à Guerrilha do Araguaia, no início dos anos 70. No caso do Major Curió, a juíza reformou uma decisão anterior, de um juiz substituto, que havia negado o pedido de ação penal do MPF.
Acompanhe o blog pelo Twitter – @Roarruda
Chauí: PiG (*) produz culpas e condena sumariamente
Chauí: PiG (*) produz culpas
e condena sumariamente
Leia a antológica palestra de Marilena Chauí.
Num evento em defesa da liberdade de expressão e por uma Ley de Medios, realizado no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, nessa segunda feira, a professora Marilena Chauí fez uma palestra antológica.
I. Democracia e autoritarismo social
Estamos acostumados a aceitar a definição liberal da democracia como regime da lei e da ordem para a garantia das liberdades individuais. Visto que o pensamento e a prática liberais identificam a liberdade com a ausência de obstáculos à competição, essa definição da democracia significa, em primeiro lugar, que a liberdade se reduz à competição econômica da chamada “livre iniciativa” e à competição política entre partidos que disputam eleições; em segundo, que embora a democracia apareça justificada como “valor” ou como “bem”, é encarada, de fato, pelo critério da eficácia, medida no plano do poder executivo pela atividade de uma elite de técnicos competentes aos quais cabe a direção do Estado. A democracia é, assim, reduzida a um regime político eficaz, baseado na idéia de cidadania organizada em partidos políticos, e se manifesta no processo eleitoral de escolha dos representantes, na rotatividade dos governantes e nas soluções técnicas para os problemas econômicos e sociais.
Ora, há, na prática democrática e nas idéias democráticas, uma profundidade e uma verdade muito maiores e superiores ao que liberalismo percebe e deixa perceber.
Podemos, em traços breves e gerais, caracterizar a democracia ultrapassando a simples idéia de um regime político identificado à forma do governo, tomando-a como forma geral de uma sociedade e, assim, considerá-la:
1. forma sócio-política definida pelo princípio da isonomia ( igualdade dos cidadãos perante a lei) e da isegoria (direito de todos para expor em público suas opiniões, vê-las discutidas, aceitas ou recusadas em público), tendo como base a afirmação de que todos são iguais porque livres, isto é, ninguém está sob o poder de um outro porque todos obedecem às mesmas leis das quais todos são autores (autores diretamente, numa democracia participativa; indiretamente, numa democracia representativa). Donde o maior problema da democracia numa sociedade de classes ser o da manutenção de seus princípios – igualdade e liberdade – sob os efeitos da desigualdade real;
2. forma política na qual, ao contrário de todas as outras, o conflito é considerado legítimo e necessário, buscando mediações institucionais para que possa exprimir-se. A democracia não é o regime do consenso, mas do trabalho dos e sobre os conflitos. Donde uma outra dificuldade democrática nas sociedades de classes: como operar com os conflitos quando estes possuem a forma da contradição e não a da mera oposição?
3. forma sócio-política que busca enfrentar as dificuldades acima apontadas conciliando o princípio da igualdade e da liberdade e a existência real das desigualdades, bem como o princípio da legitimidade do conflito e a existência de contradições materiais introduzindo, para isso, a idéia dos direitos ( econômicos, sociais, políticos e culturais). Graças aos direitos, os desiguais conquistam a igualdade, entrando no espaço político para reivindicar a participação nos direitos existentes e sobretudo para criar novos direitos. Estes são novos não simplesmente porque não existiam anteriormente, mas porque são diferentes daqueles que existem, uma vez que fazem surgir, como cidadãos, novos sujeitos políticos que os afirmaram e os fizeram ser reconhecidos por toda a sociedade.
4. graças à idéia e à prática da criação de direitos, a democracia não define a liberdade apenas pela ausência de obstáculos externos à ação, mas a define pela autonomia, isto é, pela capacidade dos sujeitos sociais e políticos darem a si mesmos suas próprias normas e regras de ação. Passa-se, portanto, de uma definição negativa da liberdade – o não obstáculo ou o não-constrangimento externo – a uma definição positiva – dar a si mesmo suas regras e normas de ação. A liberdade possibilita aos cidadãos instituir contra-poderes sociais por meio dos quais interferem diretamente no poder por meio de reivindicações e controle das ações estatais.
5. pela criação dos direitos, a democracia surge como o único regime político realmente aberto às mudanças temporais, uma vez que faz surgir o novo como parte de sua existência e, conseqüentemente, a temporalidade é constitutiva de seu modo de ser, de maneira que a democracia é a sociedade verdadeiramente histórica, isto é, aberta ao tempo, ao possível, às transformações e ao novo. Com efeito, pela criação de novos direitos e pela existência dos contra-poderes sociais, a sociedade democrática não está fixada numa forma para sempre determinada, pois não cessa de trabalhar suas divisões e diferenças internas, de orientar-se pela possibilidade objetiva de alterar-se pela própria práxis;
6. única forma sócio-política na qual o caráter popular do poder e das lutas tende a evidenciar-se nas sociedades de classes, na medida em que os direitos só ampliam seu alcance ou só surgem como novos pela ação das classes populares contra a cristalização jurídico-política que favorece a classe dominante. Em outras palavras, a marca da democracia moderna, permitindo sua passagem de democracia liberal á democracia social, encontra-se no fato de que somente as classes populares e os excluídos (as “minorias”) reivindicam direitos e criam novos direitos;
7. forma política na qual a distinção entre o poder e o governante é garantida não só pela presença de leis e pela divisão de várias esferas de autoridade, mas também pela existência das eleições, pois estas ( contrariamente do que afirma a ciência política) não significam mera “alternância no poder”, mas assinalam que o poder está sempre vazio, que seu detentor é a sociedade e que o governante apenas o ocupa por haver recebido um mandato temporário para isto. Em outras palavras, os sujeitos políticos não são simples votantes, mas eleitores. Eleger significa não só exercer o poder, mas manifestar a origem do poder, repondo o princípio afirmado pelos romanos quando inventaram a política: eleger é “dar a alguém aquilo que se possui, porque ninguém pode dar o que não tem”, isto é, eleger é afirmar-se soberano para escolher ocupantes temporários do governo.
Dizemos, então, que uma sociedade — e não um simples regime de governo — é democrática quando, além de eleições, partidos políticos, divisão dos três poderes da república, respeito à vontade da maioria e da minoria, institui algo mais profundo, que é condição do próprio regime político, ou seja, quando institui direitos e que essa instituição é uma criação social, de tal maneira que a atividade democrática social realiza-se como uma contra-poder social que determina, dirige, controla e modifica a ação estatal e o poder dos governantes.
Se esses são os principais traços da sociedade democrática, podemos avaliar as enormes dificuldades para instituir a democracia no Brasil. De fato, a sociedade brasileira é estruturalmente violenta, hierárquica, vertical, autoritária e oligárquica e o Estado é patrimonialista e cartorial, organizado segundo a lógica clientelista e burocrática. O clientelismo bloqueia a prática democrática da representação — o representante não é visto como portador de um mandato dos representados, mas como provedor de favores aos eleitores. A burocracia bloqueia a democratização do Estado porque não é uma organização do trabalho e sim uma forma de poder fundada em três princípios opostos aos democráticos: a hierarquia, oposta à igualdade; o segredo, oposto ao direito à informação; e a rotina de procedimentos, oposta à abertura temporal da ação política.
Além disso, social e economicamente nossa sociedade está polarizada entre a carência absoluta das camadas populares e o privilégio absoluto das camadas dominantes e dirigentes, bloqueando a instituição e a consolidação da democracia. Um privilégio é, por definição, algo particular que não pode generalizar-se nem universalizar-se sem deixar de ser privilégio. Uma carência é uma falta também particular ou específica que se exprime numa demanda também particular ou específica, não conseguindo generalizar-se nem universalizar-se. Um direito, ao contrário de carências e privilégios, não é particular e específico, mas geral e universal, seja porque é o mesmo e válido para todos os indivíduos, grupos e classes sociais, seja porque embora diferenciado é reconhecido por todos (como é caso dos chamados direitos das minorias). Assim, a polarização econômico-social entre a carência e o privilégio ergue-se como obstáculo à instituição de direitos, definidora da democracia.
A esses obstáculos, podemos acrescentar ainda aquele decorrente do neoliberalismo, qual seja o encolhimento do espaço público e o alargamento do espaço privado. Economicamente, trata-se da eliminação de direitos econômicos, sociais e políticos garantidos pelo poder público, em proveito dos interesses privados da classe dominante, isto é, em proveito do capital; a economia e a política neoliberais são a decisão de destinar os fundos públicos aos investimentos do capital e de cortar os investimentos públicos destinados aos direitos sociais, transformando-os em serviços definidos pela lógica do mercado, isto é, a privatização dos direitos transformados em serviços, privatização que aumenta a cisão social entre a carência e o privilégio, aumentando todas formas de exclusão. Politicamente o encolhimento do público e o alargamento do privado colocam em evidência o bloqueio a um direito democrático fundamental sem o qual a cidadania, entendida como participação social, política e cultural é impossível, qual seja, o direito à informação.
II. Os meios de comunicação como exercício de poder
Podemos focalizar o exercício do poder pelos meios de comunicação de massa sob dois aspectos principais: o econômico e o ideológico.
Do ponto de vista econômico, os meios de comunicação fazem parte da indústria cultural. Indústria porque são empresas privadas operando no mercado e que, hoje, sob a ação da chamada globalização, passa por profundas mudanças estruturais, “num processo nunca visto de fusões e aquisições, companhias globais ganharam posições de domínio na mídia.”, como diz o jornalista Caio Túlio Costa. Além da forte concentração (os oligopólios beiram o monopólio), também é significativa a presença, no setor das comunicações, de empresas que não tinham vínculos com ele nem tradição nessa área. O porte dos investimentos e a perspectiva de lucros jamais vistos levaram grupos proprietários de bancos, indústria metalúrgica, indústria elétrica e eletrônica, fabricantes de armamentos e aviões de combate, indústria de telecomunicações a adquirir, mundo afora, jornais, revistas, serviços de telefonia, rádios e televisões, portais de internet, satélites, etc..
No caso do Brasil, o poderio econômico dos meios é inseparável da forma oligárquica do poder do Estado, produzindo um dos fenômenos mais contrários à democracia, qual seja, o que Alberto Dines chamou de “coronelismo eletrônico”, isto é, a forma privatizada das concessões públicas de canais de rádio e televisão, concedidos a parlamentares e lobbies privados, de tal maneira que aqueles que deveriam fiscalizar as concessões públicas se tornam concessionários privados, apropriando-se de um bem público para manter privilégios, monopolizando a comunicação e a informação. Esse privilégio é um poder político que se ergue contra dois direitos democráticos essenciais: a isonomia (a igualdade perante a lei) e a isegoria (o direito à palavra ou o igual direito de todos de expressar-se em público e ter suas opiniões publicamente discutidas e avaliadas). Numa palavra, a cidadania democrática exige que os cidadãos estejam informados para que possam opinar e intervir politicamente e isso lhes é roubado pelo poder econômico dos meios de comunicação.
A isonomia e a isegoria são também ameaçadas e destruídas pelo poder ideológico dos meios de comunicação. De fato, do ponto de vista ideológico, a mídia exerce o poder sob a forma do denominamos a ideologia da competência, cuja peculiaridade está em seu modo de aparecer sob a forma anônima e impessoal do discurso do conhecimento, e cuja eficácia social, política e cultural está fundada na crença na racionalidade técnico-científica.
A ideologia da competência pode ser resumida da seguinte maneira: não é qualquer um que pode em qualquer lugar e em qualquer ocasião dizer qualquer coisa a qualquer outro. O discurso competente determina de antemão quem tem o direito de falar e quem deve ouvir, assim como pré-determina os lugares e as circunstâncias em que é permitido falar e ouvir, e define previamente a forma e o conteúdo do que deve ser dito e precisa ser ouvido. Essas distinções têm como fundamento uma distinção principal, aquela que divide socialmente os detentores de um saber ou de um conhecimento (científico, técnico, religioso, político, artístico), que podem falar e têm o direito de mandar e comandar, e os desprovidos de saber, que devem ouvir e obedecer. Numa palavra, a ideologia da competência institui a divisão social entre os competentes, que sabem e por isso mandam, e os incompetentes, que não sabem e por isso obedecem.
Enquanto discurso do conhecimento, essa ideologia opera com a figura do especialista. Os meios de comunicação não só se alimentam dessa figura, mas não cessam de institui-la como sujeito da comunicação. O especialista competente é aquele que, no rádio, na TV, na revista, no jornal ou no multimídia, divulga saberes, falando das últimas descobertas da ciência ou nos ensinando a agir, pensar, sentir e viver. O especialista competente nos ensina a bem fazer sexo, jardinagem, culinária, educação das crianças, decoração da casa, boas maneiras, uso de roupas apropriadas em horas e locais apropriados, como amar Jesus e ganhar o céu, meditação espiritual, como ter um corpo juvenil e saudável, como ganhar dinheiro e subir na vida.
O principal especialista, porém, não se confunde com nenhum dos anteriores, mas é uma espécie de síntese, construída a partir das figuras precedentes: é aquele que explica e interpreta as notícias e os acontecimentos econômicos, sociais, políticos, culturais, religiosos e esportivos, aquele que devassa, eleva e rebaixa entrevistados, zomba, premia e pune calouros — em suma, o chamado “formador de opinião” e o “comunicador”.
Ideologicamente, o poder da comunicação de massa não é um simples inculcação de valores e idéias, pois, dizendo-nos o que devemos pensar, sentir, falar e fazer, o especialista, o formador de opinião e o comunicados nos dizem que nada sabemos e por isso seu poder se realiza como manipulação e intimidação social e cultural.
Um dos aspectos mais terríveis desse duplo poder dos meios de comunicação se manifesta nos procedimentos midiáticos de produção da culpa e condenação sumária dos indivíduos, por meio de um instrumento psicológico profundo: a suspeição, que pressupõe a presunção de culpa. Ao se referir ao período do Terror, durante a Revolução Francesa, Hegel considerou que uma de suas marcas essenciais é afirmar que, por princípio, todos são suspeitos e que os suspeitos são culpados antes de qualquer prova. Ao praticar o terror, a mídia fere dois direitos constitucionais democráticos, instituídos pela Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789 (Revolução Francesa) e pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, quais sejam: a presunção de inocência (ninguém pode ser considerado culpado antes da prova da culpa) e a retratação pública dos atingidos por danos físicos, psíquicos e morais, isto é, atingidos pela infâmia, pela injúria e pela calúnia. É para assegurar esses dois direitos que as sociedades democráticas exigem leis para regulação dos meios de comunicação, pois essa regulação é condição da liberdade e da igualdade que definem a sociedade democrática.
III.
Faz parte da vida da grande maioria da população brasileira ser espectadora de um tipo de programa de televisão no qual a intimidade das pessoas é o objeto central do espetáculo: programas de auditório, de entrevistas e de debates com adultos, jovens e crianças contando suas preferências pessoais desde o sexo até o brinquedo, da culinária ao vestuário, da leitura à religiosidade, do ato de escrever ou encenar uma peça teatral, de compor uma música ou um balé até os hábitos de lazer e cuidados corporais.
As ondas sonoras do rádio e as transmissões televisivas tornam-se cada vez mais consultórios sentimental, sexual, gastronômico, geriátrico, ginecológico, culinário, de cuidados com o corpo (ginástica, cosméticos, vestuário, medicamentos), de jardinagem, carpintaria, bastidores da criação artística, literária e da vida doméstica. Há programas de entrevista no rádio e na televisão que ou simulam uma cena doméstica – um almoço, um jantar – ou se realizam nas casas dos entrevistados durante o café da manhã, o almoço ou o jantar, nos quais a casa é exibida, os hábitos cotidianos são descritos e comentados, álbuns de família ou a própria são mostrados ao vivo e em cores. Os entrevistados e debatedores, os competidores dos torneios de auditório, os que aparecem nos noticiários, todos são convidados e mesmo instados com vigor a que falem de suas preferências, indo desde sabores de sorvete até partidos políticos, desde livros e filmes até hábitos sociais. Não é casual que os noticiários, no rádio e na televisão, ao promoverem entrevistas em que a notícia é intercalada com a fala dos direta ou indiretamente envolvidos no fato, tenham sempre repórteres indagando a alguém: “o que você sentiu/sente com isso?” ou “o que você achou/acha disso?” ou “você gosta? não gosta disso?”. Não se pergunta aos entrevistados o que pensam ou o que julgam dos acontecimentos, mas o que sentem, o que acham, se lhes agrada ou desagrada.
Também tornou-se um hábito nacional jornais e revistas especializarem-se cada vez mais em telefonemas a “personalidades” indagando-lhes sobre o que estão lendo no momento, que filme foram ver na última semana, que roupa usam para dormir, qual a lembrança infantil mais querida que guardam na memória, que música preferiam aos 15 anos de idade, o que sentiram diante de uma catástrofe nuclear ou ecológica, ou diante de um genocídio ou de um resultado eleitoral, qual o sabor do sorvete preferido, qual o restaurante predileto, qual o perfume desejado. Os assuntos se equivalem, todos são questão de gosto ou preferência, todos se reduzem à igual banalidade do “gosto” ou “não gosto”, do “achei ótimo” ou “achei horrível”.
Todos esses fatos nos conduzem a uma conclusão: a mídia está imersa na cultura do narcisismo.
Como observa Christopher Lash, em A Cultura do Narcisismo, os mass media tornaram irrelevantes as categorias da verdade e da falsidade substituindo-as pelas noções de credibilidade ou plausibilidade e confiabilidade – para que algo seja aceito como real basta que apareça como crível ou plausível, ou como oferecido por alguém confiável Os fatos cedem lugar a declarações de “personalidades autorizadas”, que não transmitem informações, mas preferências e estas se convertem imediatamente em propaganda. Como escreve Lash, “sabendo que um público cultivado é ávido por fatos e cultiva a ilusão de estar bem informado, o propagandista moderno evita slogans grandiloqüentes e se atém a ‘fatos’, dando a ilusão de que a propaganda é informação”.
Qual a base de apoio da credibilidade e da confiabilidade? A resposta encontra-se num outro ponto comum aos programas de auditório, às entrevistas, aos debates, às indagações telefônicas de rádios, revistas e jornais, aos comerciais de propaganda. Trata-se do apelo à intimidade, à personalidade, à vida privada como suporte e garantia da ordem pública. Em outras palavras, os códigos da vida pública passam a ser determinados e definidos pelos códigos da vida privada, abolindo-se a diferença entre espaço público e espaço privado. Assim, as relações interpessoais, as relações intersubjetivas e as relações grupais aparecem com a função de ocultar ou de dissimular as relações sociais enquanto sociais e as relações políticas enquanto políticas, uma vez que a marca das relações sociais e políticas é serem determinadas pelas instituições sociais e políticas, ou seja, são relações mediatas, diferentemente das relações pessoais, que são imediatas, isto é, definidas pelo relacionamento direto entre pessoas e por isso mesmo nelas os sentimentos, as emoções, as preferências e os gostos têm um papel decisivo. As relações sociais e políticas, que são mediações referentes a interesses e a direitos regulados pelas instituições, pela divisão social das classes e pela separação entre o social e o poder político, perdem sua especificidade e passam a operar sob a aparência da vida privada, portanto, referidas a preferências, sentimentos, emoções, gostos, agrado e aversão.
Não é casual, mas uma conseqüência necessária dessa privatização do social e do político, a destruição de uma categoria essencial das democracias, qual seja a da opinião pública. Esta, em seus inícios (desde a Revolução Francesa de 1789), era definida como a expressão, no espaço público, de uma reflexão individual ou coletiva sobre uma questão controvertida e concernente ao interesse ou ao direito de uma classe social, de um grupo ou mesmo da maioria. A opinião pública era um juízo emitido em público sobre uma questão relativa à vida política, era uma reflexão feita em público e por isso definia-se como uso público da razão e como direito à liberdade de pensamento e de expressão.
É sintomático que, hoje, se fale em “sondagem de opinião”. Com efeito, a palavra sondagem indica que não se procura a expressão pública racional de interesses ou direitos e sim que se vai buscar um fundo silencioso, um fundo não formulado e não refletido, isto é, que se procura fazer vir à tona o não-pensado, que existe sob a forma de sentimentos e emoções, de preferências, gostos, aversões e predileções, como se os fatos e os acontecimentos da vida social e política pudessem vir a se exprimir pelos sentimentos pessoais. Em lugar de opinião pública, tem-se a manifestação pública de sentimentos.
Nada mais constrangedor e, ao mesmo tempo, nada mais esclarecedor do que os instantes em que o noticiário coloca nas ondas sonoras ou na tela os participantes de um acontecimento falando de seus sentimentos, enquanto locutores explicam e interpretam o que se passa, como se os participantes fossem incapazes de pensar e de emitir juízo sobre aquilo de que foram testemunhas diretas e partes envolvidas. Constrangedor, porque o rádio e a televisão declaram tacitamente a incompetência dos participantes e envolvidos para compreender e explicar fatos e acontecimentos de que são protagonistas. Esclarecedor, porque esse procedimento permite, no instante mesmo em que se dão, criar a versão do fato e do acontecimento como se fossem o próprio fato e o próprio acontecimento. Assim, uma partilha é claramente estabelecida: os participantes “sentem”, portanto, não sabem nem compreendem (não pensam); em contrapartida, o locutor pensa, portanto, sabe e, graças ao seu saber, explica o acontecimento.
É possível perceber três deslocamentos sofridos pela idéia e prática da opinião pública: o primeiro, como salientamos, é a substituição da idéia de uso público da razão para exprimir interesses e direitos de um indivíduo, um grupo ou uma classe social pela idéia de expressão em público de sentimentos, emoções, gostos e preferências individuais; o segundo, como também observamos, é a substituição do direito de cada um e de todos de opinar em público pelo poder de alguns para exercer esse direito, surgindo, assim, a curiosa expressão “formador de opinião”, aplicada a intelectuais, artistas e jornalistas; o terceiro, que ainda não havíamos mencionado, decorre de uma mudança na relação entre s vários meios de comunicação sob os efeitos das tecnologias eletrônica e digital e da formação de oligopólios midiáticos globalizados (alguns autores afirmam que o século XXI começou com a existência de 10 ou 12 conglomerados de mass media de alcance global). Esse terceiro deslocamento se refere à forma de ocupação do espaço da opinião pública pelos profissionais dos meios de comunicação. Esses deslocamentos explicam algo curioso, ocorrido durante as sondagens de intenção de voto nas eleições presidenciais de 2006: diante dos resultados, uma jornalista do jornal O Globo escreveu que o povo estava contra a opinião pública!
O caso mais interessante é, sem dúvida, o do jornalismo impresso. Em tempos passados, cabia aos jornais a tarefa noticiosa e um jornal era fundamentalmente um órgão de notícias. Sem dúvida, um jornal possuía opiniões e as exprimia: isso era feito, de um lado, pelos editorais e por artigos de não-jornalistas, e, de outro, pelo modo de apresentação da notícia (escolha das manchetes e do “olho”, determinação da página em que deveria aparecer e na vizinhança de quais outras, do tamanho do texto, da presença ou ausência de fotos, etc.). Ora, com os meios eletrônicos e digitais e a televisão, os fatos tendem a ser noticiados enquanto estão ocorrendo, de maneira que a função noticiosa do jornal é prejudicada, pois a notícia impressa é posterior à sua transmissão pelos meios eletrônicos e pela televisão. Ou na linguagem mais costumeira dos meios de comunicação: no mercado de notícias, o jornalismo impresso vem perdendo competitividade (alguns chamam a isso de progresso; outros, de racionalidade inexorável do mercado!).
O resultado dessa situação foi duplo: de um lado, a notícia é apresentada de forma mínima, rápida e, freqüentemente, inexata – o modelo conhecido como News Letter – e, de outro, deu-se a passagem gradual do jornal como órgão de notícias a órgão de opinião, ou seja, os jornalistas comentam e interpretam as notícias, opinando sobre elas. Gradualmente desaparece uma figura essencial do jornalismo: o jornalismo investigativo, que cede lugar ao jornalismo assertivo ou opinativo. Os jornalista passam, assim, o ocupar o lugar que, tradicionalmente, cabia a grupos e classes sociais e a partidos políticos e, além disso, sua opinião não fica restrita ao meio impresso, mas passa a servir como material para os noticiários de rádio e televisão, ou seja, nesses noticiários, a notícia é interpretada e avaliada graças à referência às colunas dos jornais.
Os deslocamentos mencionados e, particularmente, este último, têm conseqüências graves sob dois aspectos principais:
1) uma vez que o jornalista concentra poderes e forma a opinião pública, pode sentir-se tentado a ir além disso e criar a própria realidade, isto é, sua opinião passa a ter o valor de um fato e a ser tomada como um acontecimento real ;
2) os efeitos da concentração do poder econômico midiático. Os meios de comunicação tradicionais (jornal, rádio, cinema, televisão) sempre foram propriedade privada de indivíduos e grupos, não podendo deixar de exprimir seus interesses particulares ou privados, ainda que isso sempre tenha imposto problemas e limitações à liberdade de expressão, que fundamenta a idéia de opinião pública. Hoje, porém, os conglomerados de alcance global controlam não só os meios tradicionais, mas também os novos meios eletrônicos e digitais, e avaliam em termos de custo-benefício as vantagens e desvantagens do jornalismo escrito ou da imprensa, podendo liquidá-la, se não acompanhar os ares do tempo.
Esses dois aspectos incidem diretamente sobre a transformação da verdade e da falsidade em questão de credibilidade e plausibilidade. Rápido, barato, inexato, partidarista, mescla de informações aleatoriamente obtidas e pouco confiáveis, não investigativo, opinativo ou assertivo, detentor da credibilidade e da plausibilidade, o jornalismo se tornou protagonista da destruição da opinião pública.
De fato, a desinformação é o principal resultado da maioria dos noticiários nos jornais, no rádio e na televisão, pois, de modo geral, as notícias são apresentadas de maneira a impedir que se possa localizá-la no espaço e no tempo.
Ausência de referência espacial ou atopia: as diferenças próprias do espaço percebido (perto, longe, alto, baixo, grande, pequeno) são apagadas; o aparelho de rádio e a tela da televisão tornam-se o único espaço real. As distâncias e proximidades, as diferenças geográficas e territoriais são ignoradas, de tal modo que algo acontecido na China, na Índia, nos Estados Unidos ou em Campina Grande apareça igualmente próximo e igualmente distante.
Ausência de referência temporal ou acronia: os acontecimentos são relatados como se não tivessem causas passadas nem efeitos futuros; surgem como pontos puramente atuais ou presentes, sem continuidade no tempo, sem origem e sem conseqüências; existem enquanto forem objetos de transmissão e deixam de existir se não forem transmitidos. Têm a existência de um espetáculo e só permanecem na consciência dos ouvintes e espectadores enquanto permanecer o espetáculo de sua transmissão.
Como operam efetivamente os noticiários?
Em primeiro lugar, estabelecem diferenças no conteúdo e na forma das notícias de acordo com o horário da transmissão e o público, rumando para o sensacionalismo e o popularesco nos noticiários diurnos e do início da noite e buscando sofisticação e aumento de fatos nos noticiários de fim de noite. Em segundo, por seleção das notícias, omitindo aquelas que possam desagradar o patrocinador ou os poderes estabelecidos. Em terceiro, pela construção deliberada e sistemática de uma ordem apaziguadora: em seqüência, apresentam, no início, notícias locais, com ênfase nas ocorrências policiais, sinalizando o sentimento de perigo; a seguir, entram as notícias regionais, com ênfase em crises e conflitos políticos e sociais, sinalizando novamente o perigo; passam às notícias internacionais, com ênfase em guerras e cataclismos (maremoto, terremoto, enchentes, furacões), ainda uma vez sinalizando perigo; mas concluem com as notícias nacionais, enfatizando as idéias de ordem e segurança, encarregadas de desfazer o medo produzido pelas demais notícias. E, nos finais de semana, terminam com notícias de eventos artísticos ou sobre animais (nascimento de um ursinho, fuga e retorno de um animal em cativeiro, proteção a espécies ameaçadas de extinção), de maneira a produzir o sentimento de bem-estar no espectador pacificado, sabedor de que, apesar dos pesares, o mundo vai bem, obrigado.
Paradoxalmente, rádio e televisão podem oferecer-nos o mundo inteiro num instante, mas o fazem de tal maneira que o mundo real desaparece, restando apenas retalhos fragmentados de uma realidade desprovida de raiz no espaço e no tempo. Como desconhecemos as determinações econômico-territoriais (geográficas, geopolíticas, etc.) e como ignoramos os antecedentes temporais e as conseqüências dos fatos noticiados, não podemos compreender seu verdadeiro significado. Essa situação se agrava com a TV a cabo, com emissoras dedicadas exclusivamente a notícias, durante 24 horas, colocando num mesmo espaço e num mesmo tempo (ou seja, na tela) informações de procedência, conteúdo e significado completamente diferentes, mas que se tornam homogêneas pelo modo de sua transmissão. O paradoxo está em que há uma verdadeira saturação de informação, mas, ao fim, nada sabemos, depois de termos tido a ilusão de que fomos informados sobre tudo.
Se não dispomos de recursos que nos permitam avaliar a realidade e a veracidade das imagens transmitidas, somos persuadidos de que efetivamente vemos o mundo quando vemos a TV ou quando navegamos pela internet. Entretanto, como o que vemos são as imagens escolhidas, selecionadas, editadas, comentadas e interpretadas pelo transmissor das notícias, então é preciso reconhecer que a TV é o mundo ou que a internet é o mundo.
A multimídia potencializa o fenômeno da indistinção entre as mensagens e entre os conteúdos. Como todas as mensagens estão integradas num mesmo padrão cognitivo e sensorial, uma vez que educação, notícias e espetáculos são fornecidos pelo mesmo meio, os conteúdos se misturam e se tornam indiscerníveis. No sistema de comunicação multimídia a própria realidade fica totalmente imersa em uma composição de imagens virtuais num mundo irreal, no qual as aparências não apenas se encontram na tela comunicadora da experiência, mas se transformam em experiência. Todas as mensagens de todos os tipos são incluídas no meio por que fica tão abrangente, tão diversificado, tão maleável, que absorve no mesmo texto ou no mesmo espaço/tempo toda a experiência humana, passada, presente e futura, como num ponto único do universo.
Se, portanto, levarmos em consideração o monopólio da informação pelas empresas de comunicação de massa, podemos considerar, do ponto de vista da ação política, as redes sociais como ação democratizadora tanto por quebrar esse monopólio, assegurando a produção e a circulação livres da informação, como também por promover acontecimentos políticos de afirmação do direito democrático à participação. No entanto, os usuários das redes sociais não possuem autonomia em sua ação e isto sob dois aspectos: em primeiro lugar, não possuem o domínio tecnológico da ferramenta que empregam e, em segundo, não detêm qualquer poder sobre a ferramenta empregada, pois este poder é uma estrutura altamente concentrada, a Internet Protocol, com dez servidores nos Estados Unidos e dois no Japão, nos quais estão alojados todos os endereços eletrônicos mundiais, de maneira que, se tais servidores decidirem se desligar, desaparece toda a internet; além disso, a gerência da internet é feita por uma empresa norte-americana em articulação com o Departamento de Comércio dos Estados Unidos, isto é, gere o cadastro da internet mundial. Assim, sob o aspecto maravilhosamente criativo e anárquico das redes sociais em ação política ocultam-se o controle e a vigilância sobre seus usuários em escala planetária, isto é, sobre toda a massa de informação do planeta.
Na perspectiva da democracia, a questão que se coloca, portanto, é saber quem detêm o controle dessa massa cósmica de informações. Ou seja, o problema é saber quem tem a gestão de toda a massa de informações que controla a sociedade, quem utiliza essas informações, como e para que as utiliza, sobretudo quando se leva em consideração um fato técnico, que define a operação da informática, qual seja, a concentração e centralização da informação, pois tecnicamente, os sistemas informáticos operam em rede, isto é, com a centralização dos dados e a produção de novos dados pela combinação dos já coletados.
e condena sumariamente
Leia a antológica palestra de Marilena Chauí.
Num evento em defesa da liberdade de expressão e por uma Ley de Medios, realizado no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, nessa segunda feira, a professora Marilena Chauí fez uma palestra antológica.
I. Democracia e autoritarismo social
Estamos acostumados a aceitar a definição liberal da democracia como regime da lei e da ordem para a garantia das liberdades individuais. Visto que o pensamento e a prática liberais identificam a liberdade com a ausência de obstáculos à competição, essa definição da democracia significa, em primeiro lugar, que a liberdade se reduz à competição econômica da chamada “livre iniciativa” e à competição política entre partidos que disputam eleições; em segundo, que embora a democracia apareça justificada como “valor” ou como “bem”, é encarada, de fato, pelo critério da eficácia, medida no plano do poder executivo pela atividade de uma elite de técnicos competentes aos quais cabe a direção do Estado. A democracia é, assim, reduzida a um regime político eficaz, baseado na idéia de cidadania organizada em partidos políticos, e se manifesta no processo eleitoral de escolha dos representantes, na rotatividade dos governantes e nas soluções técnicas para os problemas econômicos e sociais.
Ora, há, na prática democrática e nas idéias democráticas, uma profundidade e uma verdade muito maiores e superiores ao que liberalismo percebe e deixa perceber.
Podemos, em traços breves e gerais, caracterizar a democracia ultrapassando a simples idéia de um regime político identificado à forma do governo, tomando-a como forma geral de uma sociedade e, assim, considerá-la:
1. forma sócio-política definida pelo princípio da isonomia ( igualdade dos cidadãos perante a lei) e da isegoria (direito de todos para expor em público suas opiniões, vê-las discutidas, aceitas ou recusadas em público), tendo como base a afirmação de que todos são iguais porque livres, isto é, ninguém está sob o poder de um outro porque todos obedecem às mesmas leis das quais todos são autores (autores diretamente, numa democracia participativa; indiretamente, numa democracia representativa). Donde o maior problema da democracia numa sociedade de classes ser o da manutenção de seus princípios – igualdade e liberdade – sob os efeitos da desigualdade real;
2. forma política na qual, ao contrário de todas as outras, o conflito é considerado legítimo e necessário, buscando mediações institucionais para que possa exprimir-se. A democracia não é o regime do consenso, mas do trabalho dos e sobre os conflitos. Donde uma outra dificuldade democrática nas sociedades de classes: como operar com os conflitos quando estes possuem a forma da contradição e não a da mera oposição?
3. forma sócio-política que busca enfrentar as dificuldades acima apontadas conciliando o princípio da igualdade e da liberdade e a existência real das desigualdades, bem como o princípio da legitimidade do conflito e a existência de contradições materiais introduzindo, para isso, a idéia dos direitos ( econômicos, sociais, políticos e culturais). Graças aos direitos, os desiguais conquistam a igualdade, entrando no espaço político para reivindicar a participação nos direitos existentes e sobretudo para criar novos direitos. Estes são novos não simplesmente porque não existiam anteriormente, mas porque são diferentes daqueles que existem, uma vez que fazem surgir, como cidadãos, novos sujeitos políticos que os afirmaram e os fizeram ser reconhecidos por toda a sociedade.
4. graças à idéia e à prática da criação de direitos, a democracia não define a liberdade apenas pela ausência de obstáculos externos à ação, mas a define pela autonomia, isto é, pela capacidade dos sujeitos sociais e políticos darem a si mesmos suas próprias normas e regras de ação. Passa-se, portanto, de uma definição negativa da liberdade – o não obstáculo ou o não-constrangimento externo – a uma definição positiva – dar a si mesmo suas regras e normas de ação. A liberdade possibilita aos cidadãos instituir contra-poderes sociais por meio dos quais interferem diretamente no poder por meio de reivindicações e controle das ações estatais.
5. pela criação dos direitos, a democracia surge como o único regime político realmente aberto às mudanças temporais, uma vez que faz surgir o novo como parte de sua existência e, conseqüentemente, a temporalidade é constitutiva de seu modo de ser, de maneira que a democracia é a sociedade verdadeiramente histórica, isto é, aberta ao tempo, ao possível, às transformações e ao novo. Com efeito, pela criação de novos direitos e pela existência dos contra-poderes sociais, a sociedade democrática não está fixada numa forma para sempre determinada, pois não cessa de trabalhar suas divisões e diferenças internas, de orientar-se pela possibilidade objetiva de alterar-se pela própria práxis;
6. única forma sócio-política na qual o caráter popular do poder e das lutas tende a evidenciar-se nas sociedades de classes, na medida em que os direitos só ampliam seu alcance ou só surgem como novos pela ação das classes populares contra a cristalização jurídico-política que favorece a classe dominante. Em outras palavras, a marca da democracia moderna, permitindo sua passagem de democracia liberal á democracia social, encontra-se no fato de que somente as classes populares e os excluídos (as “minorias”) reivindicam direitos e criam novos direitos;
7. forma política na qual a distinção entre o poder e o governante é garantida não só pela presença de leis e pela divisão de várias esferas de autoridade, mas também pela existência das eleições, pois estas ( contrariamente do que afirma a ciência política) não significam mera “alternância no poder”, mas assinalam que o poder está sempre vazio, que seu detentor é a sociedade e que o governante apenas o ocupa por haver recebido um mandato temporário para isto. Em outras palavras, os sujeitos políticos não são simples votantes, mas eleitores. Eleger significa não só exercer o poder, mas manifestar a origem do poder, repondo o princípio afirmado pelos romanos quando inventaram a política: eleger é “dar a alguém aquilo que se possui, porque ninguém pode dar o que não tem”, isto é, eleger é afirmar-se soberano para escolher ocupantes temporários do governo.
Dizemos, então, que uma sociedade — e não um simples regime de governo — é democrática quando, além de eleições, partidos políticos, divisão dos três poderes da república, respeito à vontade da maioria e da minoria, institui algo mais profundo, que é condição do próprio regime político, ou seja, quando institui direitos e que essa instituição é uma criação social, de tal maneira que a atividade democrática social realiza-se como uma contra-poder social que determina, dirige, controla e modifica a ação estatal e o poder dos governantes.
Se esses são os principais traços da sociedade democrática, podemos avaliar as enormes dificuldades para instituir a democracia no Brasil. De fato, a sociedade brasileira é estruturalmente violenta, hierárquica, vertical, autoritária e oligárquica e o Estado é patrimonialista e cartorial, organizado segundo a lógica clientelista e burocrática. O clientelismo bloqueia a prática democrática da representação — o representante não é visto como portador de um mandato dos representados, mas como provedor de favores aos eleitores. A burocracia bloqueia a democratização do Estado porque não é uma organização do trabalho e sim uma forma de poder fundada em três princípios opostos aos democráticos: a hierarquia, oposta à igualdade; o segredo, oposto ao direito à informação; e a rotina de procedimentos, oposta à abertura temporal da ação política.
Além disso, social e economicamente nossa sociedade está polarizada entre a carência absoluta das camadas populares e o privilégio absoluto das camadas dominantes e dirigentes, bloqueando a instituição e a consolidação da democracia. Um privilégio é, por definição, algo particular que não pode generalizar-se nem universalizar-se sem deixar de ser privilégio. Uma carência é uma falta também particular ou específica que se exprime numa demanda também particular ou específica, não conseguindo generalizar-se nem universalizar-se. Um direito, ao contrário de carências e privilégios, não é particular e específico, mas geral e universal, seja porque é o mesmo e válido para todos os indivíduos, grupos e classes sociais, seja porque embora diferenciado é reconhecido por todos (como é caso dos chamados direitos das minorias). Assim, a polarização econômico-social entre a carência e o privilégio ergue-se como obstáculo à instituição de direitos, definidora da democracia.
A esses obstáculos, podemos acrescentar ainda aquele decorrente do neoliberalismo, qual seja o encolhimento do espaço público e o alargamento do espaço privado. Economicamente, trata-se da eliminação de direitos econômicos, sociais e políticos garantidos pelo poder público, em proveito dos interesses privados da classe dominante, isto é, em proveito do capital; a economia e a política neoliberais são a decisão de destinar os fundos públicos aos investimentos do capital e de cortar os investimentos públicos destinados aos direitos sociais, transformando-os em serviços definidos pela lógica do mercado, isto é, a privatização dos direitos transformados em serviços, privatização que aumenta a cisão social entre a carência e o privilégio, aumentando todas formas de exclusão. Politicamente o encolhimento do público e o alargamento do privado colocam em evidência o bloqueio a um direito democrático fundamental sem o qual a cidadania, entendida como participação social, política e cultural é impossível, qual seja, o direito à informação.
II. Os meios de comunicação como exercício de poder
Podemos focalizar o exercício do poder pelos meios de comunicação de massa sob dois aspectos principais: o econômico e o ideológico.
Do ponto de vista econômico, os meios de comunicação fazem parte da indústria cultural. Indústria porque são empresas privadas operando no mercado e que, hoje, sob a ação da chamada globalização, passa por profundas mudanças estruturais, “num processo nunca visto de fusões e aquisições, companhias globais ganharam posições de domínio na mídia.”, como diz o jornalista Caio Túlio Costa. Além da forte concentração (os oligopólios beiram o monopólio), também é significativa a presença, no setor das comunicações, de empresas que não tinham vínculos com ele nem tradição nessa área. O porte dos investimentos e a perspectiva de lucros jamais vistos levaram grupos proprietários de bancos, indústria metalúrgica, indústria elétrica e eletrônica, fabricantes de armamentos e aviões de combate, indústria de telecomunicações a adquirir, mundo afora, jornais, revistas, serviços de telefonia, rádios e televisões, portais de internet, satélites, etc..
No caso do Brasil, o poderio econômico dos meios é inseparável da forma oligárquica do poder do Estado, produzindo um dos fenômenos mais contrários à democracia, qual seja, o que Alberto Dines chamou de “coronelismo eletrônico”, isto é, a forma privatizada das concessões públicas de canais de rádio e televisão, concedidos a parlamentares e lobbies privados, de tal maneira que aqueles que deveriam fiscalizar as concessões públicas se tornam concessionários privados, apropriando-se de um bem público para manter privilégios, monopolizando a comunicação e a informação. Esse privilégio é um poder político que se ergue contra dois direitos democráticos essenciais: a isonomia (a igualdade perante a lei) e a isegoria (o direito à palavra ou o igual direito de todos de expressar-se em público e ter suas opiniões publicamente discutidas e avaliadas). Numa palavra, a cidadania democrática exige que os cidadãos estejam informados para que possam opinar e intervir politicamente e isso lhes é roubado pelo poder econômico dos meios de comunicação.
A isonomia e a isegoria são também ameaçadas e destruídas pelo poder ideológico dos meios de comunicação. De fato, do ponto de vista ideológico, a mídia exerce o poder sob a forma do denominamos a ideologia da competência, cuja peculiaridade está em seu modo de aparecer sob a forma anônima e impessoal do discurso do conhecimento, e cuja eficácia social, política e cultural está fundada na crença na racionalidade técnico-científica.
A ideologia da competência pode ser resumida da seguinte maneira: não é qualquer um que pode em qualquer lugar e em qualquer ocasião dizer qualquer coisa a qualquer outro. O discurso competente determina de antemão quem tem o direito de falar e quem deve ouvir, assim como pré-determina os lugares e as circunstâncias em que é permitido falar e ouvir, e define previamente a forma e o conteúdo do que deve ser dito e precisa ser ouvido. Essas distinções têm como fundamento uma distinção principal, aquela que divide socialmente os detentores de um saber ou de um conhecimento (científico, técnico, religioso, político, artístico), que podem falar e têm o direito de mandar e comandar, e os desprovidos de saber, que devem ouvir e obedecer. Numa palavra, a ideologia da competência institui a divisão social entre os competentes, que sabem e por isso mandam, e os incompetentes, que não sabem e por isso obedecem.
Enquanto discurso do conhecimento, essa ideologia opera com a figura do especialista. Os meios de comunicação não só se alimentam dessa figura, mas não cessam de institui-la como sujeito da comunicação. O especialista competente é aquele que, no rádio, na TV, na revista, no jornal ou no multimídia, divulga saberes, falando das últimas descobertas da ciência ou nos ensinando a agir, pensar, sentir e viver. O especialista competente nos ensina a bem fazer sexo, jardinagem, culinária, educação das crianças, decoração da casa, boas maneiras, uso de roupas apropriadas em horas e locais apropriados, como amar Jesus e ganhar o céu, meditação espiritual, como ter um corpo juvenil e saudável, como ganhar dinheiro e subir na vida.
O principal especialista, porém, não se confunde com nenhum dos anteriores, mas é uma espécie de síntese, construída a partir das figuras precedentes: é aquele que explica e interpreta as notícias e os acontecimentos econômicos, sociais, políticos, culturais, religiosos e esportivos, aquele que devassa, eleva e rebaixa entrevistados, zomba, premia e pune calouros — em suma, o chamado “formador de opinião” e o “comunicador”.
Ideologicamente, o poder da comunicação de massa não é um simples inculcação de valores e idéias, pois, dizendo-nos o que devemos pensar, sentir, falar e fazer, o especialista, o formador de opinião e o comunicados nos dizem que nada sabemos e por isso seu poder se realiza como manipulação e intimidação social e cultural.
Um dos aspectos mais terríveis desse duplo poder dos meios de comunicação se manifesta nos procedimentos midiáticos de produção da culpa e condenação sumária dos indivíduos, por meio de um instrumento psicológico profundo: a suspeição, que pressupõe a presunção de culpa. Ao se referir ao período do Terror, durante a Revolução Francesa, Hegel considerou que uma de suas marcas essenciais é afirmar que, por princípio, todos são suspeitos e que os suspeitos são culpados antes de qualquer prova. Ao praticar o terror, a mídia fere dois direitos constitucionais democráticos, instituídos pela Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789 (Revolução Francesa) e pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, quais sejam: a presunção de inocência (ninguém pode ser considerado culpado antes da prova da culpa) e a retratação pública dos atingidos por danos físicos, psíquicos e morais, isto é, atingidos pela infâmia, pela injúria e pela calúnia. É para assegurar esses dois direitos que as sociedades democráticas exigem leis para regulação dos meios de comunicação, pois essa regulação é condição da liberdade e da igualdade que definem a sociedade democrática.
III.
Faz parte da vida da grande maioria da população brasileira ser espectadora de um tipo de programa de televisão no qual a intimidade das pessoas é o objeto central do espetáculo: programas de auditório, de entrevistas e de debates com adultos, jovens e crianças contando suas preferências pessoais desde o sexo até o brinquedo, da culinária ao vestuário, da leitura à religiosidade, do ato de escrever ou encenar uma peça teatral, de compor uma música ou um balé até os hábitos de lazer e cuidados corporais.
As ondas sonoras do rádio e as transmissões televisivas tornam-se cada vez mais consultórios sentimental, sexual, gastronômico, geriátrico, ginecológico, culinário, de cuidados com o corpo (ginástica, cosméticos, vestuário, medicamentos), de jardinagem, carpintaria, bastidores da criação artística, literária e da vida doméstica. Há programas de entrevista no rádio e na televisão que ou simulam uma cena doméstica – um almoço, um jantar – ou se realizam nas casas dos entrevistados durante o café da manhã, o almoço ou o jantar, nos quais a casa é exibida, os hábitos cotidianos são descritos e comentados, álbuns de família ou a própria são mostrados ao vivo e em cores. Os entrevistados e debatedores, os competidores dos torneios de auditório, os que aparecem nos noticiários, todos são convidados e mesmo instados com vigor a que falem de suas preferências, indo desde sabores de sorvete até partidos políticos, desde livros e filmes até hábitos sociais. Não é casual que os noticiários, no rádio e na televisão, ao promoverem entrevistas em que a notícia é intercalada com a fala dos direta ou indiretamente envolvidos no fato, tenham sempre repórteres indagando a alguém: “o que você sentiu/sente com isso?” ou “o que você achou/acha disso?” ou “você gosta? não gosta disso?”. Não se pergunta aos entrevistados o que pensam ou o que julgam dos acontecimentos, mas o que sentem, o que acham, se lhes agrada ou desagrada.
Também tornou-se um hábito nacional jornais e revistas especializarem-se cada vez mais em telefonemas a “personalidades” indagando-lhes sobre o que estão lendo no momento, que filme foram ver na última semana, que roupa usam para dormir, qual a lembrança infantil mais querida que guardam na memória, que música preferiam aos 15 anos de idade, o que sentiram diante de uma catástrofe nuclear ou ecológica, ou diante de um genocídio ou de um resultado eleitoral, qual o sabor do sorvete preferido, qual o restaurante predileto, qual o perfume desejado. Os assuntos se equivalem, todos são questão de gosto ou preferência, todos se reduzem à igual banalidade do “gosto” ou “não gosto”, do “achei ótimo” ou “achei horrível”.
Todos esses fatos nos conduzem a uma conclusão: a mídia está imersa na cultura do narcisismo.
Como observa Christopher Lash, em A Cultura do Narcisismo, os mass media tornaram irrelevantes as categorias da verdade e da falsidade substituindo-as pelas noções de credibilidade ou plausibilidade e confiabilidade – para que algo seja aceito como real basta que apareça como crível ou plausível, ou como oferecido por alguém confiável Os fatos cedem lugar a declarações de “personalidades autorizadas”, que não transmitem informações, mas preferências e estas se convertem imediatamente em propaganda. Como escreve Lash, “sabendo que um público cultivado é ávido por fatos e cultiva a ilusão de estar bem informado, o propagandista moderno evita slogans grandiloqüentes e se atém a ‘fatos’, dando a ilusão de que a propaganda é informação”.
Qual a base de apoio da credibilidade e da confiabilidade? A resposta encontra-se num outro ponto comum aos programas de auditório, às entrevistas, aos debates, às indagações telefônicas de rádios, revistas e jornais, aos comerciais de propaganda. Trata-se do apelo à intimidade, à personalidade, à vida privada como suporte e garantia da ordem pública. Em outras palavras, os códigos da vida pública passam a ser determinados e definidos pelos códigos da vida privada, abolindo-se a diferença entre espaço público e espaço privado. Assim, as relações interpessoais, as relações intersubjetivas e as relações grupais aparecem com a função de ocultar ou de dissimular as relações sociais enquanto sociais e as relações políticas enquanto políticas, uma vez que a marca das relações sociais e políticas é serem determinadas pelas instituições sociais e políticas, ou seja, são relações mediatas, diferentemente das relações pessoais, que são imediatas, isto é, definidas pelo relacionamento direto entre pessoas e por isso mesmo nelas os sentimentos, as emoções, as preferências e os gostos têm um papel decisivo. As relações sociais e políticas, que são mediações referentes a interesses e a direitos regulados pelas instituições, pela divisão social das classes e pela separação entre o social e o poder político, perdem sua especificidade e passam a operar sob a aparência da vida privada, portanto, referidas a preferências, sentimentos, emoções, gostos, agrado e aversão.
Não é casual, mas uma conseqüência necessária dessa privatização do social e do político, a destruição de uma categoria essencial das democracias, qual seja a da opinião pública. Esta, em seus inícios (desde a Revolução Francesa de 1789), era definida como a expressão, no espaço público, de uma reflexão individual ou coletiva sobre uma questão controvertida e concernente ao interesse ou ao direito de uma classe social, de um grupo ou mesmo da maioria. A opinião pública era um juízo emitido em público sobre uma questão relativa à vida política, era uma reflexão feita em público e por isso definia-se como uso público da razão e como direito à liberdade de pensamento e de expressão.
É sintomático que, hoje, se fale em “sondagem de opinião”. Com efeito, a palavra sondagem indica que não se procura a expressão pública racional de interesses ou direitos e sim que se vai buscar um fundo silencioso, um fundo não formulado e não refletido, isto é, que se procura fazer vir à tona o não-pensado, que existe sob a forma de sentimentos e emoções, de preferências, gostos, aversões e predileções, como se os fatos e os acontecimentos da vida social e política pudessem vir a se exprimir pelos sentimentos pessoais. Em lugar de opinião pública, tem-se a manifestação pública de sentimentos.
Nada mais constrangedor e, ao mesmo tempo, nada mais esclarecedor do que os instantes em que o noticiário coloca nas ondas sonoras ou na tela os participantes de um acontecimento falando de seus sentimentos, enquanto locutores explicam e interpretam o que se passa, como se os participantes fossem incapazes de pensar e de emitir juízo sobre aquilo de que foram testemunhas diretas e partes envolvidas. Constrangedor, porque o rádio e a televisão declaram tacitamente a incompetência dos participantes e envolvidos para compreender e explicar fatos e acontecimentos de que são protagonistas. Esclarecedor, porque esse procedimento permite, no instante mesmo em que se dão, criar a versão do fato e do acontecimento como se fossem o próprio fato e o próprio acontecimento. Assim, uma partilha é claramente estabelecida: os participantes “sentem”, portanto, não sabem nem compreendem (não pensam); em contrapartida, o locutor pensa, portanto, sabe e, graças ao seu saber, explica o acontecimento.
É possível perceber três deslocamentos sofridos pela idéia e prática da opinião pública: o primeiro, como salientamos, é a substituição da idéia de uso público da razão para exprimir interesses e direitos de um indivíduo, um grupo ou uma classe social pela idéia de expressão em público de sentimentos, emoções, gostos e preferências individuais; o segundo, como também observamos, é a substituição do direito de cada um e de todos de opinar em público pelo poder de alguns para exercer esse direito, surgindo, assim, a curiosa expressão “formador de opinião”, aplicada a intelectuais, artistas e jornalistas; o terceiro, que ainda não havíamos mencionado, decorre de uma mudança na relação entre s vários meios de comunicação sob os efeitos das tecnologias eletrônica e digital e da formação de oligopólios midiáticos globalizados (alguns autores afirmam que o século XXI começou com a existência de 10 ou 12 conglomerados de mass media de alcance global). Esse terceiro deslocamento se refere à forma de ocupação do espaço da opinião pública pelos profissionais dos meios de comunicação. Esses deslocamentos explicam algo curioso, ocorrido durante as sondagens de intenção de voto nas eleições presidenciais de 2006: diante dos resultados, uma jornalista do jornal O Globo escreveu que o povo estava contra a opinião pública!
O caso mais interessante é, sem dúvida, o do jornalismo impresso. Em tempos passados, cabia aos jornais a tarefa noticiosa e um jornal era fundamentalmente um órgão de notícias. Sem dúvida, um jornal possuía opiniões e as exprimia: isso era feito, de um lado, pelos editorais e por artigos de não-jornalistas, e, de outro, pelo modo de apresentação da notícia (escolha das manchetes e do “olho”, determinação da página em que deveria aparecer e na vizinhança de quais outras, do tamanho do texto, da presença ou ausência de fotos, etc.). Ora, com os meios eletrônicos e digitais e a televisão, os fatos tendem a ser noticiados enquanto estão ocorrendo, de maneira que a função noticiosa do jornal é prejudicada, pois a notícia impressa é posterior à sua transmissão pelos meios eletrônicos e pela televisão. Ou na linguagem mais costumeira dos meios de comunicação: no mercado de notícias, o jornalismo impresso vem perdendo competitividade (alguns chamam a isso de progresso; outros, de racionalidade inexorável do mercado!).
O resultado dessa situação foi duplo: de um lado, a notícia é apresentada de forma mínima, rápida e, freqüentemente, inexata – o modelo conhecido como News Letter – e, de outro, deu-se a passagem gradual do jornal como órgão de notícias a órgão de opinião, ou seja, os jornalistas comentam e interpretam as notícias, opinando sobre elas. Gradualmente desaparece uma figura essencial do jornalismo: o jornalismo investigativo, que cede lugar ao jornalismo assertivo ou opinativo. Os jornalista passam, assim, o ocupar o lugar que, tradicionalmente, cabia a grupos e classes sociais e a partidos políticos e, além disso, sua opinião não fica restrita ao meio impresso, mas passa a servir como material para os noticiários de rádio e televisão, ou seja, nesses noticiários, a notícia é interpretada e avaliada graças à referência às colunas dos jornais.
Os deslocamentos mencionados e, particularmente, este último, têm conseqüências graves sob dois aspectos principais:
1) uma vez que o jornalista concentra poderes e forma a opinião pública, pode sentir-se tentado a ir além disso e criar a própria realidade, isto é, sua opinião passa a ter o valor de um fato e a ser tomada como um acontecimento real ;
2) os efeitos da concentração do poder econômico midiático. Os meios de comunicação tradicionais (jornal, rádio, cinema, televisão) sempre foram propriedade privada de indivíduos e grupos, não podendo deixar de exprimir seus interesses particulares ou privados, ainda que isso sempre tenha imposto problemas e limitações à liberdade de expressão, que fundamenta a idéia de opinião pública. Hoje, porém, os conglomerados de alcance global controlam não só os meios tradicionais, mas também os novos meios eletrônicos e digitais, e avaliam em termos de custo-benefício as vantagens e desvantagens do jornalismo escrito ou da imprensa, podendo liquidá-la, se não acompanhar os ares do tempo.
Esses dois aspectos incidem diretamente sobre a transformação da verdade e da falsidade em questão de credibilidade e plausibilidade. Rápido, barato, inexato, partidarista, mescla de informações aleatoriamente obtidas e pouco confiáveis, não investigativo, opinativo ou assertivo, detentor da credibilidade e da plausibilidade, o jornalismo se tornou protagonista da destruição da opinião pública.
De fato, a desinformação é o principal resultado da maioria dos noticiários nos jornais, no rádio e na televisão, pois, de modo geral, as notícias são apresentadas de maneira a impedir que se possa localizá-la no espaço e no tempo.
Ausência de referência espacial ou atopia: as diferenças próprias do espaço percebido (perto, longe, alto, baixo, grande, pequeno) são apagadas; o aparelho de rádio e a tela da televisão tornam-se o único espaço real. As distâncias e proximidades, as diferenças geográficas e territoriais são ignoradas, de tal modo que algo acontecido na China, na Índia, nos Estados Unidos ou em Campina Grande apareça igualmente próximo e igualmente distante.
Ausência de referência temporal ou acronia: os acontecimentos são relatados como se não tivessem causas passadas nem efeitos futuros; surgem como pontos puramente atuais ou presentes, sem continuidade no tempo, sem origem e sem conseqüências; existem enquanto forem objetos de transmissão e deixam de existir se não forem transmitidos. Têm a existência de um espetáculo e só permanecem na consciência dos ouvintes e espectadores enquanto permanecer o espetáculo de sua transmissão.
Como operam efetivamente os noticiários?
Em primeiro lugar, estabelecem diferenças no conteúdo e na forma das notícias de acordo com o horário da transmissão e o público, rumando para o sensacionalismo e o popularesco nos noticiários diurnos e do início da noite e buscando sofisticação e aumento de fatos nos noticiários de fim de noite. Em segundo, por seleção das notícias, omitindo aquelas que possam desagradar o patrocinador ou os poderes estabelecidos. Em terceiro, pela construção deliberada e sistemática de uma ordem apaziguadora: em seqüência, apresentam, no início, notícias locais, com ênfase nas ocorrências policiais, sinalizando o sentimento de perigo; a seguir, entram as notícias regionais, com ênfase em crises e conflitos políticos e sociais, sinalizando novamente o perigo; passam às notícias internacionais, com ênfase em guerras e cataclismos (maremoto, terremoto, enchentes, furacões), ainda uma vez sinalizando perigo; mas concluem com as notícias nacionais, enfatizando as idéias de ordem e segurança, encarregadas de desfazer o medo produzido pelas demais notícias. E, nos finais de semana, terminam com notícias de eventos artísticos ou sobre animais (nascimento de um ursinho, fuga e retorno de um animal em cativeiro, proteção a espécies ameaçadas de extinção), de maneira a produzir o sentimento de bem-estar no espectador pacificado, sabedor de que, apesar dos pesares, o mundo vai bem, obrigado.
Paradoxalmente, rádio e televisão podem oferecer-nos o mundo inteiro num instante, mas o fazem de tal maneira que o mundo real desaparece, restando apenas retalhos fragmentados de uma realidade desprovida de raiz no espaço e no tempo. Como desconhecemos as determinações econômico-territoriais (geográficas, geopolíticas, etc.) e como ignoramos os antecedentes temporais e as conseqüências dos fatos noticiados, não podemos compreender seu verdadeiro significado. Essa situação se agrava com a TV a cabo, com emissoras dedicadas exclusivamente a notícias, durante 24 horas, colocando num mesmo espaço e num mesmo tempo (ou seja, na tela) informações de procedência, conteúdo e significado completamente diferentes, mas que se tornam homogêneas pelo modo de sua transmissão. O paradoxo está em que há uma verdadeira saturação de informação, mas, ao fim, nada sabemos, depois de termos tido a ilusão de que fomos informados sobre tudo.
Se não dispomos de recursos que nos permitam avaliar a realidade e a veracidade das imagens transmitidas, somos persuadidos de que efetivamente vemos o mundo quando vemos a TV ou quando navegamos pela internet. Entretanto, como o que vemos são as imagens escolhidas, selecionadas, editadas, comentadas e interpretadas pelo transmissor das notícias, então é preciso reconhecer que a TV é o mundo ou que a internet é o mundo.
A multimídia potencializa o fenômeno da indistinção entre as mensagens e entre os conteúdos. Como todas as mensagens estão integradas num mesmo padrão cognitivo e sensorial, uma vez que educação, notícias e espetáculos são fornecidos pelo mesmo meio, os conteúdos se misturam e se tornam indiscerníveis. No sistema de comunicação multimídia a própria realidade fica totalmente imersa em uma composição de imagens virtuais num mundo irreal, no qual as aparências não apenas se encontram na tela comunicadora da experiência, mas se transformam em experiência. Todas as mensagens de todos os tipos são incluídas no meio por que fica tão abrangente, tão diversificado, tão maleável, que absorve no mesmo texto ou no mesmo espaço/tempo toda a experiência humana, passada, presente e futura, como num ponto único do universo.
Se, portanto, levarmos em consideração o monopólio da informação pelas empresas de comunicação de massa, podemos considerar, do ponto de vista da ação política, as redes sociais como ação democratizadora tanto por quebrar esse monopólio, assegurando a produção e a circulação livres da informação, como também por promover acontecimentos políticos de afirmação do direito democrático à participação. No entanto, os usuários das redes sociais não possuem autonomia em sua ação e isto sob dois aspectos: em primeiro lugar, não possuem o domínio tecnológico da ferramenta que empregam e, em segundo, não detêm qualquer poder sobre a ferramenta empregada, pois este poder é uma estrutura altamente concentrada, a Internet Protocol, com dez servidores nos Estados Unidos e dois no Japão, nos quais estão alojados todos os endereços eletrônicos mundiais, de maneira que, se tais servidores decidirem se desligar, desaparece toda a internet; além disso, a gerência da internet é feita por uma empresa norte-americana em articulação com o Departamento de Comércio dos Estados Unidos, isto é, gere o cadastro da internet mundial. Assim, sob o aspecto maravilhosamente criativo e anárquico das redes sociais em ação política ocultam-se o controle e a vigilância sobre seus usuários em escala planetária, isto é, sobre toda a massa de informação do planeta.
Na perspectiva da democracia, a questão que se coloca, portanto, é saber quem detêm o controle dessa massa cósmica de informações. Ou seja, o problema é saber quem tem a gestão de toda a massa de informações que controla a sociedade, quem utiliza essas informações, como e para que as utiliza, sobretudo quando se leva em consideração um fato técnico, que define a operação da informática, qual seja, a concentração e centralização da informação, pois tecnicamente, os sistemas informáticos operam em rede, isto é, com a centralização dos dados e a produção de novos dados pela combinação dos já coletados.
Mudanças no blog
Olá pessoal, bom dia!
Na quarta feira desta semana, por eu ter publicado uma quantidade muito grande de notícias, o blogger barra você, te obrigando a provar a cada post, que você não é um robô. As imagens são horríveis e muitas vezes você é obrigado a trocar várias vezes de imagens, para achar uma possível de ser lida.
Na quarta feira desta semana, por eu ter publicado uma quantidade muito grande de notícias, o blogger barra você, te obrigando a provar a cada post, que você não é um robô. As imagens são horríveis e muitas vezes você é obrigado a trocar várias vezes de imagens, para achar uma possível de ser lida.
Isso inviabiliza as publicações, o que você faria em 1 hora, levam 2.
Bem, então eu vou publicar as notícias na página "NOTÍCIAS", num dos links ao lado, logo em cima, e aqui nos posts ficarão apenas as notícias e comentários mais relevantes, ok?
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Vamos ver no que dá!
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Serra vai se aposentar....
DEU NO BLOG DO MIRO
10 coisas pra aposentadoria de Serra
Por Rogério Tomaz Jr., no blog Conexão Brasília-Maranhão:
No dia 7 de outubro próximo terá fim a carreira de um dos melhores exemplos para ilustrar os conceitos do oportunismo, do carreirismo e do maucaratismo na política brasileira.
Tudo indica que José Serra será derrotado nas urnas no dia 7 de outubro ou, no mais tardar, no segundo turno da eleição à prefeitura de São Paulo (SP), a ser realizado no dia 28 de outubro.
Nesta quarta-feira (29) foi divulgada pesquisa do Datafolha que indica a inviabilidade eleitoral de Serra na disputa da capital paulista. Com rejeição gigantesca de 43% e ascendente e apoio de apenas 22% dos eleitores, índice cada vez menor, tem ficado evidente também o abandono da sua candidatura até mesmo pelo próprio partido. Celso Russomano (31%) lidera a disputa e o petista Fernando Haddad (14%), até há pouco desacreditado por todos, já aparece no retrovisor do tucano.
Com a derrota iminente, aproxima-se e o outono político daquele que se acha(va) “o mais preparado” dos brasileiros para ser presidente.
Ao longo da sua longa trajetória, Serra acumulou inimigos e adversários políticos dentro e fora do seu partido e do seu campo ideológico. Ele poderia tranquilamente entrar para o Guinness Book como o político com a maior quantidade e diversidade de desafetos políticos da história.
A partir de novembro, Serra, 70 anos, deve levá-lo a se ocupar como alguma coisa diferente de disputar eleições.
Seguem então 10 sugestões de coisas para o Serra fazer na aposentadoria.
1- Ir para a Itália morar com Diogo Mainardi e regressar às suas origens.
2- Ir para Washington trabalhar na CIA como “analista” internacional, ainda que possa não durar muito no cargo.
3- Virar comentador político no Twitter em tempo integral.
4- Juntar-se a Merval Pereira na Academia Brasileira de Letras.
5- Assumir a direção editorial da Folha de São Paulo, deixando Otavinho inteiramente disponível para o “livre pensar”.
6- Apresentar o programa “Trololó da Madrugada” na Band, com direção do Boris CCCasoy.
7- Abrir uma consultoria com Paulo Preto de “apoio técnico a empresas interessadas em competir em licitações públicas no mercado da construção civil”.
8- Formar uma dupla sertaneja com Reinaldo Azevedo.
9- Lutar pela emancipação da República Autônoma Quatrocentona dos Jardins e Higienópolis.
10- Se nada der certo, fazer um implante capilar e pedir asilo político (junto com a Soninha) ao Uruguai, a nova terra da liberdade.
Ayres Britto é o último a votar na primeira etapa do julgamento do mensalão
30/08/2012
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O julgamento do chamado mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) será retomado hoje (30), a partir das 14h, com o voto do presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, último a votar nesta etapa. Dez ministros votaram na primeira fase, que se refere aos desvios de verba na Câmara dos Deputados e no Banco do Brasil. Após o voto de Ayres Britto, deve começar a seguda fase do julgamento que é relativa às denúncias sobre o núcleo financeiro do esquema.
Ontem (29), Ayres Britto disse que os ministros terão de definir as penas, no caso das condenações. Segundo ele, essa fase é obrigatória para todo o colegiado. O ministro Cezar Peluso, que se aposenta segunda-feira (3), adiantou seu voto com a definição de penas. Somando as penas, Peluso estipulou seis anos de prisão para o deputado deputado João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara, em regime semiaberto.
Em regime fechado, Peluso condenou a 16 anos de prisão o empresário Marcos Valério, a dez anos e oito meses Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, sócios dele, e a oito anos e quatro meses de prisão Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil. O ministro também aplicou penas de multa variadas a cada um dos réus.
Com base nos votos já apresentados, os ministros se manifestaram em favor da absolvição de Luiz Gushiken, ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica da Presidência da República, por ausência de provas. Os magistrados, com exceção dos ministros Ricardo Lewandowski e José Antonio Dias Toffoli, condenaram João Paulo Cunha por corrupção passiva, peculato por irregularidades na execução do contrato da agência SMP&B com a Câmara e lavagem de dinheiro.
Seis ministros votaram por sua absolvição na segunda denúncia de peculato - relativa à contratação da empresa IFT (Ideias, Fatos e Texto) para a prestação de serviços de assessoria de imprensa. Em relação à mesma denúncia, oito ministr votaram pela condenação dos sócios da SMP&B (Marcos Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz) por corrupção ativa e peculato.
Em relação às denúncias sobre desvios de recursos no Banco do Brasil, os dez ministros votaram em favor da condenação de Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing da instituição, por corrupção passiva e peculato. Oito ministros votaram pela condenação na acusação de lavagem de dinheiro e também em favor da imputação de pena para os sócios da DNA Propaganda (Marcos Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz) por corrupção ativa e peculato.
Edição: Graça Adjuto
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O julgamento do chamado mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) será retomado hoje (30), a partir das 14h, com o voto do presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, último a votar nesta etapa. Dez ministros votaram na primeira fase, que se refere aos desvios de verba na Câmara dos Deputados e no Banco do Brasil. Após o voto de Ayres Britto, deve começar a seguda fase do julgamento que é relativa às denúncias sobre o núcleo financeiro do esquema.
Ontem (29), Ayres Britto disse que os ministros terão de definir as penas, no caso das condenações. Segundo ele, essa fase é obrigatória para todo o colegiado. O ministro Cezar Peluso, que se aposenta segunda-feira (3), adiantou seu voto com a definição de penas. Somando as penas, Peluso estipulou seis anos de prisão para o deputado deputado João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara, em regime semiaberto.
Em regime fechado, Peluso condenou a 16 anos de prisão o empresário Marcos Valério, a dez anos e oito meses Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, sócios dele, e a oito anos e quatro meses de prisão Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil. O ministro também aplicou penas de multa variadas a cada um dos réus.
Com base nos votos já apresentados, os ministros se manifestaram em favor da absolvição de Luiz Gushiken, ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica da Presidência da República, por ausência de provas. Os magistrados, com exceção dos ministros Ricardo Lewandowski e José Antonio Dias Toffoli, condenaram João Paulo Cunha por corrupção passiva, peculato por irregularidades na execução do contrato da agência SMP&B com a Câmara e lavagem de dinheiro.
Seis ministros votaram por sua absolvição na segunda denúncia de peculato - relativa à contratação da empresa IFT (Ideias, Fatos e Texto) para a prestação de serviços de assessoria de imprensa. Em relação à mesma denúncia, oito ministr votaram pela condenação dos sócios da SMP&B (Marcos Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz) por corrupção ativa e peculato.
Em relação às denúncias sobre desvios de recursos no Banco do Brasil, os dez ministros votaram em favor da condenação de Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing da instituição, por corrupção passiva e peculato. Oito ministros votaram pela condenação na acusação de lavagem de dinheiro e também em favor da imputação de pena para os sócios da DNA Propaganda (Marcos Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz) por corrupção ativa e peculato.
Edição: Graça Adjuto
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